quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Papa Francisco abre as portas para lideranças populares


Beatriz Cerqueira   01 de Novembro de 2016 às 18:34


Papa contribui para a resistência de vários povos contra a exclusão e a miséria

O I Encontro dos Movimentos Populares em diálogo com o Papa Francisco realizado em outubro de 2014 em Roma não seria mais uma evento na agenda da Igreja, mas o início de uma caminhada de escuta, compromissos e denúncias. Ao abrir as portas do   Vaticano para lideranças populares, muitas delas perseguidas e ameaçadas de morte em seus países, o Papa Francisco selou um compromisso com os excluídos e denunciou as condições em que vivem no mundo: sem teto, sem direitos, sem terra. Pela primeira vez na história do Vaticano, um Papa se encontrou com representantes populares com uma ampla pluralidade de credos religiosos, etnias, gênero, geração, orientação sexual.

Em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, no II Encontro realizado em 2015, ele  abraçou e escutou os movimentos latino americanos num momento em que o continente sofria (e ainda sofre) forte ataque das forças conservadoras numa rearticulação que passa por desestabilizar econômica e politicamente vários países e financiar golpes de Estado a serviço do "deus mercado". Foram 1.500 pessoas de 40 países recebidas e escutadas numa região de forte atuação do agronegócio. Ali o Papa reafirmou a denúncia de que esse "sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suporta as comunidades, não o suportam os povos… E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco."

Assim, neste diálogo permanente, o Papa contribui para arrancar da invisibilidade a luta e resistência de vários povos contra a exclusão e a miséria. Ele novamente abre as portas do Vaticano para um novo encontro.

O III Encontro Mundial acontece de 02 a 05 de novembro. E neste novo encontro, além de reafirmar o compromisso com os 3 Ts - Teto, Trabalho e Terra - será pautado pelos tema "Povo e Democracia, Território, Natureza e Refugiados". Durante os 3 primeiros dias do Encontro, os participantes discutirão propostas sobre estes temas e elaborarão um documento, que será entregue ao Papa no último dia, quando novamente ele receberá os movimentos no Vaticano. Do Brasil participam o Conselho de Entidades Negras (Conem), a Central dos Movimentos Populares (CMP), o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a União Nacional por Moradia Popular (UNMP), a articulação Quem Luta Educa e a CUT Minas.

Como nos disse o Papa em Santa Cruz de La Sierra, "digamos NÃO às velhas e novas formas de colonialismo. Digamos SIM ao encontro entre povos e culturas. Bem-aventurados os que trabalham pela paz".
* Beatriz Cerqueira é professora, coodernadora-geral do Sind-UTE/MG e presidenta da CUT/MG.

Transcrito do Brasil de Fato.

Corte de 31% pode inviabilizar universidades mineiras
Governo Temer divulga orçamento que não cobre gastos e coloca universidades no “paredão”
Rafaella Dotta
Belo Horizonte, 26 de Agosto de 2016 às 14:29
Nos últimos dez anos, as universidades passaram pelo momento da abertura de vagas e de cursos e agora seria preciso verba para assegurar qualidade de ensino aos estudantes / Divulgação.

Administradores das universidades federais do país tomaram um susto na manhã de 7 de agosto. Sem nenhum aviso, o governo interino de Michel Temer anunciou que o orçamento de 2017 será em média 31% menor para as Instituições Federais de Ensino. O valor é o mesmo de 14 anos atrás, em 2002, anterior ao plano que dobrou o número das vagas universitárias.

A notícia dada através do SIMEC (Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle) prevê a redução de 45% dos investimentos em manutenção e novas obras, e 20% da verba para pagamento de água, energia, limpeza, segurança e outros. Soma-se a isso um corte divulgado anteriormente de 70% na pós-graduação, 20% na pesquisa de Iniciação Científica e 3% na assistência estudantil.

A situação é “extremamente preocupante”, segundo afirma o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o professor Eduardo Condé. A instituição não realiza obras desde 2015 e inicia agora um racionamento em todos os setores, situação que deverá prejudicar aulas de laboratório, pesquisas e o ensino como um todo.

“Vamos tentar ao máximo manter as bolsas de estudantes, os contratos e os terceirizados. A prioridade são as pessoas”, argumenta Condé. Porém, aponta que as medidas já começam a excluir os alunos com menos condições financeiras. Em 2017, o Programa Nacional de Assistência Estudantil - responsável por bolsas, alimentação, moradia e transporte de universitários carentes - recebe R$ 1 milhão a menos. “Tenho para mim que a tendência é só diminuir”, alerta Condé. (...)  

                                                        .                                                                                                    Ver matéria na integra: Brasil de Fato.

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