terça-feira, 15 de novembro de 2016

Holanda enfrenta 'crise penitenciária' :

  sobram celas, faltam condenados.

Enquanto a maior parte dos países, incluindo o Brasil, enfrenta problemas de lotação, cadeias holandesas estão esvaziando; e há quem não esteja satisfeito com isso.

Da BBC13/11/2016 12h32 - Atualizado em 13/11/2016 12h32


 População carcerária holandesa foi reduzida em 43% nos últimos 10 anos (Foto: BBC)

Enquanto a maioria dos países do mundo enfrenta problemas de superlotação no sistema carcerário, a Holanda vive a situação oposta: gente de menos para trancafiar. Nos últimos anos, 19 prisões foram fechadas e mais deverão ser desativadas em 2017, obedecendo a um decréscimo agudo da população carcerária. Mas há quem veja nisso um problema.

O cheiro de cebolas fritas deixa a cozinha e se espalha pelo pavilhão. Detentos estão preparando o jantar. Um deles, usando uma longa faca, corta legumes.
"Tive seis anos de treino, então só posso melhorar", brinca ele.
O prisioneiro fala alto, porque a faca está presa a uma longa corrente presa à bancada em que trabalha.
Na cozinha da prisão, a faca é presa a uma corrente (Foto: BBC)
"Aqui na Holanda, nós olhamos para o indivíduo. Se alguém tem um problema com drogas, tratamos o vício. Se é agressivo, providenciamos gestão da raiva. Se tem dívidas, oferecemos consultoria de finanças. Tentamos remover o que realmente causou seu crime. É claro que o detento ou a detenta precisam querer mudar, mas nosso método tem sido bastante eficaz", explica Van der Spoel.

O diretor acrescenta que alguns reincidentes normalmente recebem sentenças de dois anos e programas personalizados de reabilitação. Menos de 10% voltam à prisão. Em países como Reino Unido e EUA, por exemplo, cerca de 50% dos detentos cumprindo pequenas penas voltam a ser presos nos primeiros dois anos após a libertação (no Brasil, diversos estudos estimam que a taxa geral de reincidência é de 70%).

Norgerhaven fica na cidade de Veenhuizen, onde também está situada outra prisão de segurança máxima - Esserheem. Ambas contam com bastante espaço. O pátio é do tamanho de quatro campos de futebol e têm carvalhos, mesas de piquenique e redes vôlei.

Van der Spoel conta que o ar fresco reduz o estresse tanto para detentos quanto guardas. Detentos podem andar "a vontade por áreas comuns como biblioteca, departamento médico e cantina, e essa autonomia os ajuda na readaptação à vida em liberdade.

Norgerhaven tem espaço de sobra para evitar o confinamento excessivo de prisioneiros e guardas (Foto: BBC)
Não poderia ser uma situação mais diferente de 10 anos atrás, quando a Holanda tinha uma das maiores populações carcerárias da Europa. Hoje, a proporção é de 57 pessoas por cada 100 mil habitantes, comparada a 148 por 100 mil no Reino Unido e 193 no Brasil.
Mas os programas de reabilitação não são a única razão para o declínio de 43% no número de pessoas atrás das grades na Holanda - que era de 14.468 em 2005 e caiu para 8.245 em 2015.
Transcrito do G1 (Cont.)

FRAUDE
Juiz decreta prisão preventiva de suspeitos de fraude no Enem em MG.
Segundo a PF, há indícios de que os fraudadores tiveram acesso antecipado às provas e transmitiam o gabarito por ponto eletrônico para candidatos.
 
  

PUBLICADO EM 14/11/16 - 19h20
AGÊNCIA ESTADO
O juiz da 3ª Vara Federal de Montes Claros (MG), Marco Fratezzi Gonçalves, decretou na sexta-feira, 11, a prisão preventiva de três dos principais suspeitos de participação no esquema de fraude do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Estado. O magistrado atendeu a um pedido da Polícia Federal, que investiga novos desdobramentos da Operação Embuste, deflagrada no último dia 6, e que prendeu 11 pessoas, entre eles Rodrigo Ferreira Viana, Jonathan Galdino dos Santos e Arnon Kelson da Silva e Santos, considerados líderes do esquema.

Segundo a PF, há indícios de que os fraudadores tiveram acesso antecipado às provas e transmitiam o gabarito por ponto eletrônico para candidatos que faziam o Enem. Eles tiveram índice de acerto de 92% das questões na área de Ciências Naturais, que têm mais peso para o curso de Medicina. A PF informou nesta segunda-feira, 14, que as investigações ainda prosseguem. Com a preventiva, os suspeitos não têm prazo para deixarem o Presídio Alvorada, em Montes Claros, onde estão presos.

O juiz liberou Aurimar Rodrigues Froes, também preso na operação, mas ele não pode deixar a cidade. Os quatro, além de Jonathas Caires Silva, já tiveram cerca de R$ 500 mil bloqueados em suas contas pelo mesmo juiz.

Ainda conforme a PF, o monitoramento de Rodrigo Viana, autorizado pela Justiça, revelou evidências de que houve vazamento do gabarito do Enem. As escutas telefônicas mostraram que os fraudadores conheciam o conteúdo das provas antes do início do exame.

Outros três suspeitos foram detidos, um deles fazendo a prova por outro candidato, os outros flagrados quando recebiam o resultado da prova pelo ponto eletrônico. O esquema cobrava de R$ 70 mil a R$ 180 mil para aprovar candidatos ao curso de Medicina.
Até surgirem evidências de vazamento, a PF considerava que o esquema se valia de pessoas especializadas nas áreas de conhecimento que se passavam por candidatos e, depois de fazerem as provas, saiam do recinto para passar o gabarito. O grupo usava meios eletrônicos para difundir o gabarito aos que ainda faziam as provas. Rodrigo comandava o esquema em Montes Claros, enquanto Aurimar Froes fazia a captação dos interessados e Jonathan ficava incumbido de repassar o gabarito.
O inquérito da PF faz menção ao caso da estudante de enfermagem Késia Rayane Pimenta, que precisou extrair um seio após contrair câncer de mama, e teve o aparelho eletrônico instalado no lugar da prótese. Flagrada, ele teve a prisão relaxada por conta de sua saúde.
 Transcrito do Jornal O Tempo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário