sobram celas, faltam condenados.
Enquanto a
maior parte dos países, incluindo o Brasil, enfrenta problemas de lotação,
cadeias holandesas estão esvaziando; e há quem não esteja satisfeito com isso.
Da BBC13/11/2016 12h32 - Atualizado em 13/11/2016 12h32
População carcerária holandesa foi
reduzida em 43% nos últimos 10 anos (Foto: BBC)
Enquanto a maioria dos países do mundo enfrenta
problemas de superlotação no sistema carcerário, a Holanda vive a situação oposta: gente de menos para trancafiar. Nos
últimos anos, 19 prisões foram fechadas e mais deverão ser desativadas em 2017,
obedecendo a um decréscimo agudo da população carcerária. Mas há quem veja
nisso um problema.
O cheiro de cebolas fritas deixa a cozinha e se
espalha pelo pavilhão. Detentos estão preparando o jantar. Um deles, usando uma
longa faca, corta legumes.
"Tive seis anos de treino, então só posso
melhorar", brinca ele.
O prisioneiro fala alto, porque a faca está presa a
uma longa corrente presa à bancada em que trabalha.
Na cozinha da prisão, a faca é presa a uma
corrente (Foto: BBC)
"Aqui na Holanda, nós olhamos para o
indivíduo. Se alguém tem um problema com drogas, tratamos o vício. Se é
agressivo, providenciamos gestão da raiva. Se tem dívidas, oferecemos consultoria
de finanças. Tentamos remover o que realmente causou seu crime. É claro que o
detento ou a detenta precisam querer mudar, mas nosso método tem sido bastante
eficaz", explica Van der Spoel.
O diretor acrescenta que alguns reincidentes
normalmente recebem sentenças de dois anos e programas personalizados de
reabilitação. Menos de 10% voltam à prisão. Em países como Reino Unido e EUA,
por exemplo, cerca de 50% dos detentos cumprindo pequenas penas voltam a ser
presos nos primeiros dois anos após a libertação (no Brasil, diversos estudos
estimam que a taxa geral de reincidência é de 70%).
Norgerhaven fica na cidade de Veenhuizen, onde
também está situada outra prisão de segurança máxima - Esserheem. Ambas contam
com bastante espaço. O pátio é do tamanho de quatro campos de futebol e têm
carvalhos, mesas de piquenique e redes vôlei.
Van der Spoel conta que o ar fresco reduz o
estresse tanto para detentos quanto guardas. Detentos podem andar "a
vontade por áreas comuns como biblioteca, departamento médico e cantina, e essa
autonomia os ajuda na readaptação à vida em liberdade.
Norgerhaven tem espaço de sobra para
evitar o confinamento excessivo de prisioneiros e guardas (Foto: BBC)
Não poderia ser uma situação mais diferente de 10
anos atrás, quando a Holanda tinha uma das maiores populações carcerárias da
Europa. Hoje, a proporção é de 57 pessoas por cada 100 mil habitantes,
comparada a 148 por 100 mil no Reino Unido e 193 no Brasil.
Mas os programas de reabilitação não são a única
razão para o declínio de 43% no número de pessoas atrás das grades na Holanda -
que era de 14.468 em 2005 e caiu para 8.245 em 2015.
Transcrito do G1 (Cont.)
FRAUDE
Juiz decreta
prisão preventiva de suspeitos de fraude no Enem em MG.
Segundo a PF, há indícios de que os
fraudadores tiveram acesso antecipado às provas e transmitiam o gabarito por
ponto eletrônico para candidatos.
PUBLICADO EM 14/11/16 - 19h20
AGÊNCIA ESTADO
O
juiz da 3ª Vara Federal de Montes Claros (MG), Marco Fratezzi Gonçalves,
decretou na sexta-feira, 11, a prisão preventiva de três dos principais
suspeitos de participação no esquema de fraude do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) no Estado. O magistrado atendeu a um pedido da Polícia Federal,
que investiga novos desdobramentos da Operação Embuste, deflagrada no último
dia 6, e que prendeu 11 pessoas, entre eles Rodrigo Ferreira Viana, Jonathan
Galdino dos Santos e Arnon Kelson da Silva e Santos, considerados líderes do
esquema.
Segundo
a PF, há indícios de que os fraudadores tiveram acesso antecipado às provas e
transmitiam o gabarito por ponto eletrônico para candidatos que faziam o Enem.
Eles tiveram índice de acerto de 92% das questões na área de Ciências Naturais,
que têm mais peso para o curso de Medicina. A PF informou nesta segunda-feira,
14, que as investigações ainda prosseguem. Com a preventiva, os suspeitos não
têm prazo para deixarem o Presídio Alvorada, em Montes Claros, onde estão
presos.
O
juiz liberou Aurimar Rodrigues Froes, também preso na operação, mas ele não
pode deixar a cidade. Os quatro, além de Jonathas Caires Silva, já tiveram
cerca de R$ 500 mil bloqueados em suas contas pelo mesmo juiz.
Ainda
conforme a PF, o monitoramento de Rodrigo Viana, autorizado pela Justiça,
revelou evidências de que houve vazamento do gabarito do Enem. As escutas
telefônicas mostraram que os fraudadores conheciam o conteúdo das provas antes
do início do exame.
Outros
três suspeitos foram detidos, um deles fazendo a prova por outro candidato, os
outros flagrados quando recebiam o resultado da prova pelo ponto eletrônico. O
esquema cobrava de R$ 70 mil a R$ 180 mil para aprovar candidatos ao curso de
Medicina.
Até
surgirem evidências de vazamento, a PF considerava que o esquema se valia de
pessoas especializadas nas áreas de conhecimento que se passavam por candidatos
e, depois de fazerem as provas, saiam do recinto para passar o gabarito. O
grupo usava meios eletrônicos para difundir o gabarito aos que ainda faziam as
provas. Rodrigo comandava o esquema em Montes Claros, enquanto Aurimar Froes
fazia a captação dos interessados e Jonathan ficava incumbido de repassar o
gabarito.
O
inquérito da PF faz menção ao caso da estudante de enfermagem Késia Rayane
Pimenta, que precisou extrair um seio após contrair câncer de mama, e teve o
aparelho eletrônico instalado no lugar da prótese. Flagrada, ele teve a prisão
relaxada por conta de sua saúde.
Transcrito do Jornal O Tempo.
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