segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Mosaico cultural

Há 35 anos, partia Mestre Pastinha, criador da capoeira de Angola.
Pastinha dedicou sua vida a defender, divulgar e ensinar uma das expressões culturais mais fortes do Brasil.               Mauro Ramos . Brasil de Fato | São Paulo (SP), 18 de Novembro de 2016 às 19:24
"A capoeira é espiritualizada e materializada no eu de cada qual" / Reprodução
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 1889 e, segundo ele mesmo, aprendeu capoeira com apenas oito anos de idade, com um africano chamado Benedito que, ao vê-lo brigar com um garoto mais velho, resolveu lhe ensinar a capoeira.
Em 1902, Pastinha entrou para e escola de aprendizes marinheiros, onde passou oito anos de sua vida. Na Marinha, praticou esgrima e aprendeu a tocar violão. Ao mesmo tempo, ensinava capoeira a seus companheiros.
Em 1910, Mestre Pastinha começou a ministrar aulas de capoeira às escondidas na sua própria casa, pois a prática havia sido proibida, e quem contrariasse as regras poderia ir para a cadeia.
Pastinha se tornou defensor e a principal referência da capoeira de Angola, que possui movimentos mais lentos, rasteiros e lúdicos do que outros estilos do jogo.
No documentário “Pastinha, uma vida pela capoeira”, o escritor Jorge Amado fala sobre Pastinha:
“Ele era um homem pequeninho, não era alto; ágil como um gato. Eu me lembro de tê-lo visto brincar, jogar capoeira… num hábito tão importante tão belo, em que homens de todas as classes se juntavam para brincar ao som dos atabaques, as cantigas de escravos…”.

Mestre Pastinha trabalhou ainda como pedreiro, pintor, entregando jornais, entre muitas outras ocupações. Mestre Curió, discípulo de Pastinha, fala sobre o pensamento de seu mestre sobre a capoeira:
“Ele combatia a violência, e dizia que capoeira não é violência. Capoeira é arte, dança, mandinga, malícia, filosofia, educação, cultura e, na hora da dor, é que ela passa a ser uma luta perigosíssima”

Em 1966, Mestre Pastinha realizou o seu sonho de conhecer a África ao representar o Brasil por meio da capoeira angola no 1º Festival Mundial das Artes Negras, em Dacar, no Senegal. Ele estava ficando cego, consequência de uma trombose que atingiu sua visão, e não chegou a passear em terras africanas.
O último lar do mestre foi no abrigo para idosos  Dom Pedro II, onde morreu aos 92 anos, no dia 13 de novembro de 1981.

 Transcrito do Brasil de Fato.
 Integrantes de movimentos de defesa dos direitos da comunidade negra reuniram-se na capital  paulista para a 13ª Marcha da Consciência Negra .
   Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil. Brasil de Fato.

Consciência negra para entender o Brasil
Veja opiniões, informações e dados sobre a questão racial no país
Camilla Hoshino e Ednubia Ghisi Brasil de Fato.
Curitiba (PR), 18 de Novembro de 2016 às 19:11
Yalorixá Yagunã Dalzira / Giorgia Prates

A cada 20 de novembro, os mais de 300 anos de escravidão de pessoas negras no Brasil ganham visibilidade. Tanto pelos efeitos ainda mal reparados desse crime cometido pelos que tinham poder, quanto pelas contribuições do povo negro para a identidade do país – sendo a maioria da população brasileira. O Dia da Consciência Negra resgata a data da morte de Zumbi dos Palmares, um dos símbolos da resistência contra a escravidão. Ao lado de sua esposa Dandara e outras pessoas negras, ele formou o Quilombo dos Palmares, no fim de 1500, em Alagoas. A seguir, veja opiniões, informações e dados sobre a questão racial no Brasil.
(Foto: Kristiane Foltran)Célio Jamaica, militante do Hip hop, escritor, professor e atualmente também é diretor de escola 
"Por que consciência negra e não consciência humana? O pressuposto de que deveríamos deixar de realizar o dia da consciência negra para celebrarmos o dia da consciência humana vem reforçar a premissa de que no Brasil não existe racismo. Constatamos que ao longo da história que essa negação do racismo é um dos fatores que impediram a elaboração de políticas públicas mais eficazes e termos um dia para a reflexão sobre as relações raciais visa reduzir a desigualdade"
Genocídio da juventude negra

De acordo com o Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre o Assassinato de Jovens, de 2016, todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados no Brasil. São 63 por dia. Um a cada 23 minutos.

Em Salvador, 'Novembro Negro' tem exposição sobre Martin Luther King

Mostra é apresentada na Biblioteca Pública do Estado, nos Barris. 

Evento reúne 15 painéis e textos sobre a vida e luta do ativista.
Do G1 BA 
19/11/2016 11h43 - Atualizado em 19/11/2016 11h45

Exposição reúne obras sobre Martin Luther King (Foto: Carla Ornelas/GOVBA)

Para celebrar o mês da Consciência Negra, a Biblioteca Pública do Estado, no bairro dos Barris, em Salvador, sedia até o final de novembro a exposição ‘Martin Luther King: legado e inspiração’. O evento gratuito é composto por 15 painéis e textos sobre a vida e luta de um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros no mundo.

A exposição foi produzida após parceria entre a Biblioteca Pública Thales de Azevedo e o Consulado dos Estados Unidos, localizado no Rio de Janeiro. Para a assessora da Fundação Pedro Calmon (FPC), unidade da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), Cássia Magalhães, a exposição vai ajudar a população a refletir sobre importantes questões. “A luta dele [Luther King] teve um impacto no mundo todo, mas continua. O racismo não acabou", alerta.

Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta (EUA) em 1929, foi um pastor protestante e ativista político na luta pela solidariedade para a construção de um mundo melhor, baseado na igualdade de direitos sociais e econômicos dos EUA. Sua atuação foi fundamental nas mudanças que ocorreram na legislação do país norte-americano entre as décadas de 1950 e 1960, como as leis em Direitos Civis e a lei do Direito ao Voto.

As lutas de King se expandiram para além do continente americano. Em 1964, recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racional através da não violência. King era odiado por segregacionistas, o que culminou em seu assassinato em 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis.  O Dia de Martin Luther King Jr foi estabelecido como feriado federal dos EUA em 1986, além disso, centenas de ruas nos EUA também foram renomeadas em sua homenagem.

Transcrito do G1 noticias.


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