quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Maconha, um mercado de quase R$ 6 bilhões

Comércio formal da droga movimentaria R$ 5,69 bi por ano no Brasil, segundo estudo de consultores da Câmara dos Deputados.
por Tory Oliveira — publicado 22/06/2016
 Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas
Protesto a favor da legalização na Marcha da Maconha, em São Paulo.
Qual seria o impacto na economia brasileira caso a maconha fosse legalizada? Elaborado por um grupo de técnicos da Câmara dos Deputados, a pedido do parlamentar Jean Wyllys (PSOL-RJ), o estudo Impacto Econômico da Legalização da Cannabis no Brasil procurou responder a essa pergunta. O fim da proibição movimentaria um mercado de R$ 5,69 bilhões por ano.

O objetivo do estudo era trazer o aspecto econômico para o debate sobre a legalização, em geral centrado nas liberdades individuais e no fracasso da chamada política de "Guerra às Drogas". Com 40 páginas, o levantamento é de autoria dos consultores legislativos Adriano da Nóbrega Silva, Pedro Garrido da Costa e Luciana da Silva Teixeira. 
Para chegar ao número de R$ 5,69 bilhões, os pesquisadores consideraram a existência de um público consumidor recreativo de Cannabis estimado em 2,7 milhões de brasileiros e estabeleceram um limite de compra de 40 gramas da substância por mês – 480 por ano. A restrição é a mesma aplicada no mercado regulado do Uruguai, primeiro país a oficializar a produção e o consumo da maconha para uso recreativo. 
Com a mesma carga tributária aplicada hoje ao tabaco e o preço da grama fixado em R$ 4,20 (US$ 1,20), cada usuário gastaria R$ 2.073 anualmente com o produto, movimentando, no total, R$ 5,69 bilhões. 
Caso seguisse as mesmas regras do tabaco, as empresas fornecedoras de maconha estariam sujeitas a cinco tributos federais: o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição para os Programas PIS/Pasep e o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Além disso, seria aplicado também o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicações (ICMS). (...)
Ver Carta Capital - matéria na íntegra.
A favela está fora dos Jogos
Mc Leonardo10 de Agosto de 2016
Olimpíada no Rio é como fazer uma festa na sua casa e não te convidarem / Tércio Teixeira.

Olimpíada no Rio é como fazer uma festa na sua casa e não te convidarem / Tércio Teixeira.

Na favela, somos muito mais combativos do que os tratores que levam nossas casas.

Essa imagem, do fotógrafo Tércio Teixeira, morador do Morro da Mangueira, nos mostra de maneira bem simbólica o momento principal da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Falo isso por reconhecer o preço que as favelas estão pagando (e ainda vão pagar e muito) para os jogos acontecerem.
Sei que todos os brasileiros estão pagando essa conta cara que vem com os megaeventos, mas as favelas cariocas estão levando o peso maior.
Foram ocupadas militarmente e removidas de maneira covarde.
E, na abertura, a favela foi lembrada com a mesma hipocrisia que a questão ambiental. A cultura que está impedida de ser produzida pelos militares que a ocupam fez todo mundo cantar o Rap da Felicidade e dançar o funk com a galera do passinho.
Quem espera de mim uma opinião contrária à participação dos favelados nessa tal Rio 2016, está enganado. Os Jogos Olímpicos não eram a prioridade para a os moradores da cidade do Rio de Janeiro e muito menos para os moradores de favelas. Mas, a realidade é que os Jogos estão aí. Quem quiser fazer um intercâmbio cultural sem sair da cidade, essa é a hora.
Só os moradores das favelas são capazes de mostrar para o mundo o que estão passando para os Jogos acontecerem. Somos muito mais combativos do que os tratores que levam nossas casas ao chão ou os tanques de guerras que entraram em nossas ruas. Podemos falar isso para o mundo. Tanto que uma negra favelada da Cidade de Deus nos trouxe o esperado ouro. A favela sempre está presente, ainda que tentem impedir.
Brasil de Fato.

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