Manifestantes protestaram contra o governo interino durante semifinal
olímpica de futebol.
São Paulo (SP), 17 de Agosto de 2016 Ato "Fora Temer SP, #OcupaOlimpiada" em
frente ao Itaquerão / Júlia Dolce/Brasil de Fato.
Manifestantes da Frente Nacional Povo sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores
Sem-Teto (MTST) realizaram na tarde desta quarta-feira (17) o ato “Fora Temer
SP #OcupaOlimpíada”, nos arredores da Arena Corinthians (Itaquerão), enquanto
ocorria o jogo da Alemanha contra a Nigéria na semifinal olímpica de futebol
masculino no estádio.
Segundo lideranças dos movimentos, o ato contou com a presença de cerca
de 2 mil manifestantes, que levantaram cartazes e cantaram palavras de ordem
contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e contra os
anúncios de cortes nas políticas habitacionais pelo governo interino.
O ato também se posicionou contrário ao legado antipopular dos Jogos
Olímpicos, como as remoções forçadas de moradores de comunidades para a construção
do Parque Olímpico.
O objetivo dos manifestantes era chegar o mais próximo possível do
Itaquerão, para chamar atenção internacional para a causa. Após negociação com
a Polícia Militar (PM), que cercou e proibiu a aproximação pela entrada do
estádio, a concentração seguiu para a avenida José Pinheiros Borges, com vista
direta para a arena lotada de torcedores, criando a contraposição desejada.
Durante o trajeto do ato, que cruzou a estação de metrô Artur Alvim,
diversos torcedores a caminho do estádio agrediram verbalmente os
manifestantes, xingando-os de ‘vagabundos’, enquanto eram escoltados pelo
cordão formado pela PM.
Ver matéria completa: Brasil de Fato.
Crônicas do Circo da Democracia - Dilma e as gerações em luta
Não há outro caminho para Dilma senão seguir sem nenhum passo atrás.
Pedro Carrano* Curitiba , 09 de Agosto de 2016 Lutas e poemas e resistências não perdem o
movimento / Leandro Taques.
O Circo da Democracia estava lotado. A escadaria da praça Santos Andrade
borbulhando de gente. A área da imprensa cheia de jornalistas.
Leveza e traquejo no picadeiro. Dilma deslizou bem, mesmo que a arte do
malabarismo também exija resistência dos músculos. Não há outro caminho para
ela senão seguir sem nenhum passo atrás.
Na mesma linha do palco, deu para ouvir a poeta Alice Ruiz, autora da
composição “Navalha na Liga”, remeter à resistência das duas nos anos 70.
Alice, feminista. Dilma foi guerrilheira. Os fantasmas do passado dão roupagem
para os novos desafios do presente. E é preciso defender essa palavra
democracia de forma permanente.
Num país onde as elites ao final sempre rompem o jogo democrático, a
geração dessas mulheres outra vez se coloca em luta. E seguirá se colocando por
décadas e décadas, nesse ciclo, até que caiam as máscaras nessa comédia de
bufos e farsantes. Foi Dilma quem falou: “É típico dos golpes não querer dizer
que é golpe”.
Na parte de fora da tenda circense, frio, chuva, os bravos que
assistiram a tudo de fora. Ao final, amigos se reencontrando, recebo um abraço
de Ana, de treze anos. Ela que vibrou com a fala de Dilma. Não, a luta não
para.
Lutas e poemas e resistências não perdem o movimento. Que fique
registrado, dos nossos filhos aos avós, das sementes até as raízes: novamente
nós dissemos não ao golpe e percebemos que a democracia plena é a festa que
queremos.
*Pedro Carrano, do jornal Brasil de Fato e da Frente Brasil Popular
Nenhum comentário:
Postar um comentário