segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Direita em Curitiba

No vídeo, a atriz fala: “Vocês não são democráticos". Com raiva, uma mulher grita: “Comunista, cria vergonha", e "puta"

Camilla Hoshino -Curitiba (PR), 


A atriz e cantora Leticia Sabatella foi agredida na tarde deste domingo (31) durante a manifestação pró-impeachment em Curitiba (PR). Após o episódio, ela publicou um vídeo no Instagram que mostra o momento em que vários policiais militares cercam a atriz para que manifestantes não a agridam. “Não fui provocar ninguém, passava pela praça antes de começar a manifestação e parei pra conversar com uma senhora. Meu erro. Preocupa esta falta de democracia no nosso Brasil. Eles não sabem o que fazem”, escreveu Sabatella em um post na rede social.
No vídeo, a atriz fala: “Vocês não são democráticos". Com raiva, uma mulher grita: “Comunista, cria vergonha. Nossa bandeira jamais será vermelha. Sem vergonha, acabou a mamata pra vocês. Chora petista”. Um homem que passa vai em direção à atriz e a chama de “puta”. É possível escutar alguém que diz ao homem: “Isso é misógino”.
Os agressores estão vestidos com camisetas do Brasil e com a mensagem “república de Curitiba”, óculos escuros, faixas na cabeça com as cores verde e amarela, e portam a bandeira brasileira. “Vai embora daqui”, diz um senhor que empurra o celular com o qual a atriz grava a cena, chegando próximo a seu rosto.
Desde o início do processo de impeachment, Sabatella vem se posicionando em defesa da democracia e contra o golpe, além de pedir imparcialidade da Justiça e avanços a todas as esferas no combate à corrupção. Junto a outros artistas, ela lançou a campanha "Canta a Democracia". No último mês de março, ela também declarou que condena a "polarização" e "esse ódio instaurado".
O ato na capital paranaense faz parte da mobilização nacional organizada pelo Movimento Vem Pra Rua, em apoio ao impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A cena da agressão foi gravada em frente ao Teatro Guaíra, na Praça Santos Andrade. Em contrapartida, nos próximos dias, o local receberá o evento nacional “Circo da Democracia”, que irá reunir artistas, políticos, ativistas e intelectuais do Paraná e de todo o Brasil em defesa da democracia e contra o golpe institucional em curso. O palco do evento já está montado na praça e organizadores pedem reforço para que não seja atacado por manifestantes da direita.
*Edição: Vivian Fernandes -Brasil de Fato.

Ato Fora Temer

“Acho que as manifestações deles [movimento Vem Pra Rua] no fim deve ter sido muito ruim. A manifestação na Praça do Homem Nú, contra o Temer, foi muito mais amorosa, muito mais acolhedora. Quando eu cheguei lá as pessoas estavam felizes, estavam falando, protestando, comentando. Mas ali [na Santos Andrade] a energia que eles criaram, ninguém fica feliz depois daquilo”, opina Letícia Sabatella sobre o clima dos dois atos. 

Manifestante presente no ato "Fora Temer". (Foto: Gabriel Deitrich) 
A diversidade de cores e formas de manifestação marcaram o ato “Fora Temer”, organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, com participação massiva de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, pessoas LGBTT e integrantes de movimentos culturais. A bandeira do Brasil também esteve presente, somada ao vermelho e ao colorido presentes nos estandartes e faixas. A manifestação teve início na Praça 19 de Dezembro, às 15h, e seguiu para a Praça Tiradentes, ocupando a Rua Cândido de Abreu.
Ato "Fora Temer" reunir cerca de 3 mil pessoas. (Foto: Gabriel Deitrich) 
Cristiane Oliveira, que trabalha como educadora social com jovens da periferia de Curitiba, e também é militante da Pastoral Afro, afirma a importância da unidade entre vários segmentos. "Para mim, é como se eu tivesse pegado energia e força com as pessoas que estão aqui. Diante de tanta injustiça e exclusão do povo, a gente vem num ato como este se sente fortalecida", garante a professora.
Por uma cultura democrática
Jessica Candal Sata trabalha com audiovisual, faz parte do Conselho Municipal de Cultura e integra o movimento Cultura Resiste, um dos que compuseram a mobilização “Fora Temer”. Ela afirma que, apesar de ter voltado atrás na tentativa de desmanche do Ministério da Cultura, o governo interino não garantirá políticas públicas para uma cultura democrática e popular. Confirmação disso é a dificuldade em dar andamento ao Sistema Nacional da Cultura.
"É como se fosse um SUS da cultura, que era para unificar todas as políticas públicas, para tornar a cultura muito mais democrática. Isso está em andamento, a gente precisa implementar, e com este governo isso não vai acontecer", opina a militante, sobre a política aprovada em 2012, durante primeiro mandato do governo Dilma Rousseff.
 Brasil de Fato.

Belo Horizonte

Manifestantes saem às ruas da capital mineira em ato "Fora Temer". 
Foto: Mídia Ninja - Brasil de Fato.
LUCIENE CÂMARA
CAROLINA CAETANO
Cerca de quatro mil pessoas, segundo organizadores, se reuniram na praça Sete, no centro de Belo Horizonte, neste domingo (31) e manifestaram contra o presidente em exercício Michel Temer. O ato foi pacífico e reuniu movimentos sociais, como de luta pela moradia e igualdade racial.
O presidente da frente “Povo Sem Medo”, Leonardo Péricles, afirmou que o movimento tende a crescer a medida que se aproxima o impeachment da Dilma.
Jornal o Tempo.
Goiania (GO)
Protesto contra o governo interino de Michel Temer ocorre também em Goiânia. A ação é organizada pela Frente Povo Sem Medo, que tem como principal força o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. 

Foto: Mídia Ninja

Planaltina (DF)

Ato contra o presidente interino Michel Temer ocorre na manhã deste domingo (31), em Planaltina. Os manifestantes tem como bandeira o #ForaTemer, em ato convocado pela Frente Povo Sem Medo. 
Foto: Mídia Ninja
 Brasil de Fato.

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