No vídeo, a atriz fala: “Vocês não são democráticos". Com raiva, uma mulher grita: “Comunista, cria vergonha", e "puta"
Curitiba (PR),
A atriz e cantora Leticia Sabatella foi agredida na tarde deste
domingo (31) durante a manifestação pró-impeachment em Curitiba (PR). Após o
episódio, ela publicou um vídeo no Instagram que mostra o momento em que vários
policiais militares cercam a atriz para que manifestantes não a agridam. “Não
fui provocar ninguém, passava pela praça antes de começar a manifestação e
parei pra conversar com uma senhora. Meu erro. Preocupa esta falta de
democracia no nosso Brasil. Eles não sabem o que fazem”, escreveu Sabatella em
um post na rede social.
No vídeo, a atriz fala: “Vocês não são democráticos". Com
raiva, uma mulher grita: “Comunista, cria vergonha. Nossa bandeira jamais será
vermelha. Sem vergonha, acabou a mamata pra vocês. Chora petista”. Um homem que
passa vai em direção à atriz e a chama de “puta”. É possível escutar alguém que
diz ao homem: “Isso é misógino”.
Os agressores estão vestidos com camisetas
do Brasil e com a mensagem “república de Curitiba”, óculos escuros, faixas na
cabeça com as cores verde e amarela, e portam a bandeira brasileira. “Vai
embora daqui”, diz um senhor que empurra o celular com o qual a atriz grava a
cena, chegando próximo a seu rosto.
Desde o início do processo de impeachment,
Sabatella vem se posicionando em defesa da democracia e contra o golpe, além de
pedir imparcialidade da Justiça e avanços a todas as esferas no combate à
corrupção. Junto a outros artistas, ela lançou a campanha "Canta a
Democracia". No último mês de março, ela também declarou que condena a
"polarização" e "esse ódio instaurado".
O ato na capital paranaense faz parte da
mobilização nacional organizada pelo Movimento Vem Pra Rua, em apoio ao
impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A cena da agressão foi gravada
em frente ao Teatro Guaíra, na Praça Santos Andrade. Em contrapartida, nos
próximos dias, o local receberá o evento nacional “Circo da Democracia”, que
irá reunir artistas, políticos, ativistas e intelectuais do Paraná e de todo o
Brasil em defesa da democracia e contra o golpe institucional em curso. O palco
do evento já está montado na praça e organizadores pedem reforço para que não
seja atacado por manifestantes da direita.
*Edição: Vivian Fernandes -Brasil de Fato.
Ato
Fora Temer
“Acho que as manifestações deles [movimento
Vem Pra Rua] no fim deve ter sido muito ruim. A manifestação na Praça do Homem
Nú, contra o Temer, foi muito mais amorosa, muito mais acolhedora. Quando eu
cheguei lá as pessoas estavam felizes, estavam falando, protestando,
comentando. Mas ali [na Santos Andrade] a energia que eles criaram, ninguém
fica feliz depois daquilo”, opina Letícia Sabatella sobre o clima dos dois
atos.
Manifestante presente no ato "Fora Temer". (Foto:
Gabriel Deitrich)
A diversidade de cores e formas de manifestação marcaram o ato
“Fora Temer”, organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, com
participação massiva de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto –
MTST, pessoas LGBTT e integrantes de movimentos culturais. A bandeira do
Brasil também esteve presente, somada ao vermelho e ao colorido presentes nos
estandartes e faixas. A manifestação teve início na Praça 19 de Dezembro, às
15h, e seguiu para a Praça Tiradentes, ocupando a Rua Cândido de Abreu.
Ato "Fora Temer" reunir cerca de 3 mil pessoas. (Foto:
Gabriel Deitrich)
Cristiane Oliveira, que trabalha como educadora social com
jovens da periferia de Curitiba, e também é militante da Pastoral Afro, afirma
a importância da unidade entre vários segmentos. "Para mim, é como se eu
tivesse pegado energia e força com as pessoas que estão aqui. Diante de tanta
injustiça e exclusão do povo, a gente vem num ato como este se sente
fortalecida", garante a professora.
Por
uma cultura democrática
Jessica
Candal Sata trabalha com audiovisual, faz parte do Conselho Municipal de
Cultura e integra o movimento Cultura Resiste, um dos que compuseram a
mobilização “Fora Temer”. Ela afirma que, apesar de ter voltado atrás na
tentativa de desmanche do Ministério da Cultura, o governo interino não garantirá
políticas públicas para uma cultura democrática e popular. Confirmação disso é
a dificuldade em dar andamento ao Sistema Nacional da Cultura.
"É como se fosse um SUS da cultura,
que era para unificar todas as políticas públicas, para tornar a cultura muito
mais democrática. Isso está em andamento, a gente precisa implementar, e com
este governo isso não vai acontecer", opina a militante, sobre a política
aprovada em 2012, durante primeiro mandato do governo Dilma Rousseff.
Brasil de Fato.
Belo Horizonte
Manifestantes
saem às ruas da capital mineira em ato "Fora Temer".
Foto: Mídia Ninja - Brasil de Fato.
LUCIENE
CÂMARA
CAROLINA
CAETANO
Cerca de quatro mil pessoas, segundo organizadores,
se reuniram na praça Sete, no centro de Belo Horizonte, neste domingo (31) e
manifestaram contra o presidente em exercício Michel Temer. O ato foi pacífico
e reuniu movimentos sociais, como de luta pela moradia e igualdade racial.
O presidente da frente “Povo Sem Medo”, Leonardo
Péricles, afirmou que o movimento tende a crescer a medida que se aproxima o
impeachment da Dilma.
Jornal o Tempo.
Goiania (GO)
Protesto
contra o governo interino de Michel Temer ocorre também em Goiânia. A ação é
organizada pela Frente Povo Sem Medo, que tem como principal força o Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto.
Foto: Mídia Ninja
Foto: Mídia Ninja
Planaltina (DF)
Ato
contra o presidente interino Michel Temer ocorre na manhã deste domingo (31),
em Planaltina. Os manifestantes tem como bandeira o #ForaTemer, em ato convocado
pela Frente Povo Sem Medo.
Brasil de Fato.
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