14 DEZ2016
15h54
A ex-presidente Dilma Rousseff comemora nesta quarta-feira (14) seu
aniversário de 69 anos de idade
Foto: Roberto Parizotti/ CUT
Aos 95 anos, morre o "cardeal do povo", Dom Paulo Evaristo Arns
Reconhecido pela luta dos direitos humanos e contra a ditadura militar, o arcebispo emérito faleceu em São Paulo
Brasil de Fato | São Paulo (SP), 14 de Dezembro de 2016
O cardeal Dom Paulo Evaristo Arns / Reprodução.
O cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de São Paulo, faleceu às 11h45 desta quarta-feira (14), aos 95 anos. A informação foi confirmada em nota divulgada pela Assessoria de Imprensa da Arquidiocese de São Paulo.
Ele foi internado no Hospital Santa Catarina no dia 28 de novembro por causa de uma broncopneumonia e encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por complicações renais. O velório e os ritos fúnebres serão realizados na Catedral Metropolitana paulistana, na Sé, região central.
Arns é conhecido como “cardeal do povo” por sua trajetória de luta pela promoção dos direitos humanos e atuação contra a ditadura militar, defendendo perseguidos pelo regime e seus familiares. Ele ingressou na Ordem Franciscana em 1939 e foi bispo e arcebispo de São Paulo entre os anos de 1960 e 1970.
A ação política de Arns contra a repressão ganhou destaque em 1969, quando passou a defender seminaristas dominicanos presos por ajudarem militantes da luta armada, especialmente da Ação Libertadora Nacional (ALN).
Em nota, o cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, reconheceu o "engajamento corajoso na defesa da dignidade humana e dos direitos inalienáveis de cada pessoa" de Arns e afirmou que ele foi "exemplo de Pastor zeloso do povo de Deus e por sua atenção especial aos pequenos, pobres e aflitos".
Homenagem
No dia 24 de outubro, Dom Paulo Evaristo Arns foi homenageado Teatro Tuca, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), data em que celebrava seu aniversário de 95 anos. No evento foi lançada a biografia do arcebispo "Dom Paulo, um homem amado e perseguido", de autoria de Evanize Sydow e Marilda Ferri.
Na ocasião, diversas personalidades e representantes de movimentos populares destacaram a trajetória do arcebispo na defesa dos direitos humanos, especialmente na ditadura militar. Entre os participantes estavam Ana Dias, Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato, Juca Kfouri, João Pedro Stedile, José Gregori e Luiz Eduardo Greenhalgh e uma mensagem especial do papa Francisco.
Edição: Simone Freire.
Transcrito do Brasil de Fato
Mais de 70 manifestantes são detidos em Brasília
durante protesto
Durante aprovação da PEC 55, ativistas se queixaram de repressão
policial em protesto contra medidas de austeridade
Cristiane
Sampaio
Brasília
(DF), 13 de Dezembro de 2016 às 23:08
Os
manifestantes se queixaram da falta de acesso aos arredores do Congresso Nacional,
que sofreram bloqueio durante todo o dia. / Mídia Ninja
A repressão foi, mais uma vez, a marca da atuação do Estado contra as
manifestações contrárias ao governo não eleito de Michel Temer. Em ato
realizado nesta terça-feira (13), em Brasília, manifestantes se queixaram do
uso excessivo de bombas, balas de borracha e spray de pimenta
por parte das forças de segurança, que não permitiram o acesso à Esplanada dos
Ministérios durante protesto contra as medidas de austeridade. Diversos
participantes ficaram feridos e mais de 70 pessoas foram detidas.
Com foco mais direcionado à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55 –
aprovada em votação final no Senado por 53 votos a 16 –, os grupos envolvidos
no protesto demarcaram oposição também às reformas da Previdência e do ensino
médio, ao projeto Escola sem Partido e a outras iniciativas governistas.
Segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Federal (SSP), a manifestação reuniu 2 mil pessoas. Para a organização, o
ato foi maior. O aparato policial destacado para a ação foi de
1,5 mil agentes, com batalhões de diversas cidades-satélite, além de
helicópteros e da cavalaria.
Os manifestantes se queixaram da falta de acesso aos arredores do
Congresso Nacional, que sofreram bloqueio durante todo o dia. “Fiquei triste
porque nem durante as manifestações contra o impeachment da Dilma a gente foi
maltratado desse jeito. (…) Não conseguimos nem entrar na Esplanada. Não teve acordo
e ainda revistaram todo mundo”, queixou-se a funcionária pública aposentada
Malvina de Lima, que veio de São Paulo para participar do protesto.
Ela também qualificou a atuação da polícia como “desproporcional”. “Tava
todo mundo enfileirado pra descer e ficar no gramado, mas eles não deixaram e
simplesmente começaram a jogar bombas e mais bombas. Até as máscaras que
trouxemos pra proteger do gás eles nos impediram de usar, dizendo que só eles
podem usar máscara. O que é isto? Eu estou com 65 anos, vivi o período da outra
ditadura e posso afirmar que esta está sendo pior ainda”, considerou a
aposentada.
O eletricitário Vitor Frota destacou a diferença entre a atuação das
forças policiais nesta terça-feira (13) e o que foi verificado no último dia
29, quando a PEC 55 foi votada em primeiro turno no Senado.
“Desta vez a manifestação praticamente não chegou nem a ocorrer. A
polícia montou um esquema de barreira e logo no início já causou confronto,
começou a jogar bombas e a acuar as pessoas. Houve gás de pimenta e muita
bomba. Tinha uma cortina de fumaça no céu. (…) Foi uma repressão
proporcionalmente bem maior do que o que foi visto no dia 29”, narrou o
manifestante, que integra a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB).
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