Ovacionado por uma multidão em seu último adeus ao povo cubano.
Por Gibran Mendes, com fotos de Leandro Taques
por Jornalistas Livres4 dezembro, 20167- Mídia Ninja
Milhões de cubanos
reuniram-se ao longo deste sábado (3) nas ruas de
Santiago de Cuba para dar o
ultimo adeus ao líder da revolução de 1959. A carreata com os restos mortais de
Fidel Castro chegaram pela carretara central, a principal rodovia do País, por volta
das 12h30. Ao todo foram 900 kms percorridos desde Havana até Santiago, cidade
onde descansarão as cinzas ao lado do seu mentor, José Martí.
A comitiva responsável pela segurança era formada por dois carros da policia,
um furgão, duas motocicletas, um caminhão do exército e dois jipes, sendo que o
último carregava o ataúde com as cinzas de Fidel. A primeira parada em Santiago
foi o Parque Céspedes, local em que no dia 24 de novembro de 1958 Fidel chegou
acompanhado de seu irmão Raúl, Ramiro Valdez, Armando
Acosta e outros guerrilheiros em sua campanha pela liberação do País.
Um pouco antes da
comitiva chegar ao parque uma leve chuva caiu por aproximadamente cinco
minutos. Não era difícil ouvir o povo falando que tratava-se do céu chorando a
morte do seu comandante.
Foram presos
injustamente pelo império e o povo lutou junto ao seu comandante até que os
liberaram. Mas não foi só isso, foram vários países que lutaram pela sua
liberdade, somando a nossa luta de Cuba, até que conseguimos. Por isso
representam tanto. Cuba, no final, sempre vence”, disse com sorriso na boca e
também no olhar.
Após deixar o Parque Céspedes a comitiva seguiu até Moncada, onde os restos
mortais foram transladados até a ida para a Praça da Revolução, onde um grande
ato teve início a partir das 19 horas, mas desta vez acompanhada de delegações
de diversos países. Na comitiva brasileira, destacaram-se as presenças de Lula
e Dilma, sempre lembrados pelos cubanos pelas parcerias estabelecidas entre
ambos os países durante as gestões dos ex-presidentes.
Ao contrário da
homenagem em Havana, onde os chefes de estado foram o destaque, em Santiago
lideranças locais ligadas ao governo cubano e aos movimentos sociais precederam
o discurso de Raul
Castro. Na cerimônia, também mais curta do que
na capital, o chefe de governo do País recordou a história da revolução,
destacou as qualidades do irmão falecido e listou conquistas que a ilha
alcançou nos últimos anos. “Ele nos mostrou que sim era possível derrotar os racistas sul
africanos, salvando a integridade territorial de Angola e conquistando a
independência de Namibia. Nos mostrou que era possível transformar Cuba em uma
potência médica reduzindo a mortalidade infantil com as taxas mais baixas do
terceiro mundo e depois do mundo rico”, exemplificou.
Castro reforçou que
o legado de Fidel é mostrar ao povo cubano que tudo é possível para os
moradores da ilha. “Ele nos
mostra que sim é possível fazer e que é possível continuar fazendo, superando
os obstáculos para construir o socialismo em Cuba e defender a soberania da
pátria”, enfatizou em suas últimas palavras antes de
encerrar o último evento aberto ao público.
"Esta noite milhões
de crianças dormirão na rua. Nenhuma delas é cubana".
Vitor Teixeira/Brasil de Fato.
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