PEC 55 é "erro
histórico" que provocará "retrocesso social", diz ONU
por Redação — publicado 09/12/2016
12h03
Para Philip Alston, relator da
ONU para pobreza extrema, o texto, prioridade de Temer, é uma "medida
radical, desprovida de toda nuance e compaixão"
inShare6 Beto Barata / PR Carta Capital.
Temer:
PEC que congela gastos é a sua prioridade
O congelamento de gastos sociais
previsto na PEC 55 terá "impacto severo" sobre a população pobre no
Brasil, provocará "retrocesso social" e colocará "toda uma
geração futura em risco de receber uma proteção social muito abaixo dos níveis
atuais". O diagnóstico é do australiano Philip Alston, relator especial das Nações
Unidas para a pobreza extrema e os direitos humanos.
Em uma nota tornada pública
nesta sexta-feira 9, a relatoria especial da ONU lembra que, nas últimas
décadas, o Brasil "estabeleceu um impressionante sistema de proteção social voltado para
erradicar a pobreza e o reconhecimento dos direitos à educação, saúde, trabalho
e segurança social", mas que a PEC 55 pode destruir esse legado.
“Essas políticas contribuíram
substancialmente para reduzir os níveis de pobreza e desigualdade no país.
Seria um erro histórico atrasar o relógio nesse momento,” disse Alston.
No documento, a relatoria da ONU lembra
que Temer chegou ao poder graças a um impeachment e que, portanto,
"jamais apresentou seu programa a um eleitorado". Alston afirma que
seria necessário realizar um "debate público apropriado" sobre a
medida e seus impactos. “Essa é uma medida radical, desprovida de toda nuance e
compaixão”, disse.
“Vai atingir com mais força os brasileiros mais
pobres e mais vulneráveis, aumentando os níveis de desigualdade em uma
sociedade já extremamente desigual e, definitivamente, assinala que para o
Brasil os direitos sociais terão muito baixa prioridade nos próximos vinte
anos”, afirma.
Ainda segundo o relator, a PEC 55 coloca o Brasil
em violação ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais ratificado em 1992, que "veda a adoção de 'medidas
deliberadamente regressivas' a não ser que não exista nenhuma outra alternativa
e que uma profunda consideração seja dada de modo a garantir que as medidas
adotadas sejam necessárias e proporcionais.”
A PEC 55, que tramitou na Câmara como PEC 241, é o
carro-chefe do governo Michel Temer. Aprovada pela Câmara em dois turnos, ela
deve ser referendada em segundo turno pelo Senado em 13 de dezembro.
Uma mostra da importância da PEC para o
governo foi a mobilização do Planalto para manobrar o Supremo Tribunal Federal nesta
semana de forma a manter Renan Calheiros (PMDB-AL) como presidente do Senado.
Afastado por uma liminar, Renan conseguiu ficar no cargo após indicar que, sem
ele, a tramitação da PEC na Casa seria
prejudicada.
Na quinta-feira 8, após ser salvo pela manobra do
STF, Renan determinou a realização de três sessões no Senado em menos de seis
horas. Isso garantiu o prazo regimental para que a PEC seja votada no dia 13.
Ver matéria completa na Carta Capital.
Contrários à PEC 55, manifestantes fazem passeata
no Centro de Curitiba.
Protesto foi neste domingo (11); houve pichação e quebra de vidros.
PM afirma que 200 participaram; organizadores falam entre 500 e 600.
PM afirma que 200 participaram; organizadores falam entre 500 e 600.
11/12/2016 20h18
Do G1 PR
Manifestantes se reuniram na Praça 19
de Dezembro e seguiram até o Shopping Estação (Foto: Reprodução/ RPC Curitiba)
Um grupo de manifestantes
contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que cria um teto para os
gastos públicos, fizeram uma passeata neste domingo (11) pelo Centro de Curitiba.
O protesto foi organizado via rede social. Segundo os organizadores, de 500 a 600 pessoas estiveram presentes. A Polícia Militar (PM) informou que havia 200 participantes.
O protesto foi organizado via rede social. Segundo os organizadores, de 500 a 600 pessoas estiveram presentes. A Polícia Militar (PM) informou que havia 200 participantes.
Os participantes levavam
cartazes e faixas com dizeres contrários ao governo do presidente Michel Temer
(PMDB). Eles saíram da Praça 19 de dezembro, seguiram pela Rua Marechal Deodoro
em direção ao Shopping Estação, onde acabou o protesto.
Manifestantes carregavam faixas e
cartazes contra o presidente Michel Temer (PMDB) (Foto: Reprodução/ RPC
Curitiba)
PM afirma que 200 pessoas participaram
do protesto; organizadores falam entre 500 e 600. (Foto: Reprodução/ RPC
Curitiba)
G1 noticias
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