Grupos e PMs entram em confronto horas após aprovação da PEC dos gastos
PM estima 2 mil pessoas; organizadores não falam em números.
Fumaça provocada por gás de pimenta durante confronto entre policiais militares e manifestantes contrários à PEC do teto de gastos nesta terça-feira (13) (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
Manifestantes e policiais militares entraram em confronto na tarde desta terça-feira (13), horas depois da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos.
A parada de ônibus em frente à Biblioteca Nacional foi depredada, e um contêiner de lixo, incendiado. Prédios públicos foram pichados. Carros de uma concessionária foram quebrados. Pelo menos 40 pessoas foram detidas.
Ônibus da TCB incendiado durante ato contra a aprovação da PEC do teto de gastos (Foto: Gustavo Aguiar/G1)
De acordo com a Polícia Militar, ao menos um policial foi ferido. A estimativa da corporação era de que 2 mil pessoas participassem dos protestos às 17h. O número era semelhante ao efetivo deslocado para a operação. Os organizadores do protesto preferiram não falar em números enquanto negociavam a liberação de carros de som.
Manifestantes se posicionam em frente ao cordão de isolamento da PM na Esplanada, em Brasília, em ato contra PEC do teto de gastos (Foto: Gustavo Aguiar/G1).
Policiais militares em cordão durante protesto contra a aprovação da PEC do teto de gastos nesta terça-feira (13) (Foto: Polícia Militar/Divulgação).
Os manifestantes levaram coroas de flores, faixas e máscaras ironizando a imagem do presidente do Senado, Renan Calheiros, à Esplanada dos Ministérios. Policiais militares fizeram um cerco ao redor do Museu da República – alvo de pichações no último protesto – e nas proximidades do Congresso Nacional.
O trânsito na região, interditado desde as 6h, ficou travado enquanto os manifestantes se dispersavam pela região e vândalos ateavam fogo em contêineres. A cavalaria e o Batalhão de Choque participaram da operação.
Manifestante usa máscara pedindo saída do presidente do Senado, Renan Calheiros, em ato contra a aprovação da PEC do teto de gastos (Foto: Luiza Garonce/G1)
Coroa de flores levada por manifestantes contrários à PEC do teto de gastos (Foto: Luiza Garonce/G1)
Manifestantes protestam em São Paulo contra aprovação da PEC do teto dos gastos
Mais cedo, Raimundo Bonfim, da Frente Brasil Popular, disse que o protesto deveria seguir até o Ibirapuera. Ele estimava que 4 mil pessoas participavam da manifestação.
O protesto foi organizado pela frente de mobilização Povo Sem Medo, que reúne mais de 30 movimentos sociais, dentre eles o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
”A crise só se agrava e o governo fica a cada dia mais insustentável! A briga entre os poderes mostra que os de cima estão perdendo a capacidade de comandar, mas o povo não aceita nenhum retrocesso e continua mobilizado indo às ruas para poder lutar por seus direitos”, diz o texto de convocação do ato no Facebook.
Após a depredação, grupo escreve 'Luta" com fogo na Avenida Paulista (Foto: Roney Domingos/G1)
Por volta das 21h50, um grupo que restou após a dispersão correu pela Avenida Paulista colocando fogo em lixeiras e fazendo barricadas . Pelo menos uma jovem foi detida . A polícia jogou bombas de gás para dispersar o grupo.
Manifestante é detida pela polícia durante ato contra PEC 55 na Avenida Paulista
A jovem foi cercada na calçada por policiais de moto. Um deles apresentou uma sacola e disse pertencer a ela, contendo materiais usados em depredação.
Fachada e entrada do prédio da Fiesp, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, é depredada durante manifestação (Foto: Fábio Vieira/FotoRua/Estadão Conteúdo)
Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), disse que o objetivo era fazer um ato pacífico, como todos os protestos organizados pelo Movimento. Na avaliação dele, o ataque ao prédio ocorreu de forma espontânea e foi provocado pelo que a instituição representa para o país.
"Não estava programado mas foi um gesto de indignação das pessoas. Fiesp representa o que não presta no Brasil. O dano na fachada da Fiesp é muito pouco perto do dano que a Fiesp está causando há muito tempo ao povo do Brasil".
Prédio da Fiesp teve vidraças quebradas durante ataque de manifestantes (Foto: Roney Domingos/G1)
Em nota, a Fiesp afirma que o prédio "foi alvo de um ataque criminoso e violento liderado por vândalos que portavam bandeiras do PT e da CUT."
G1 noticias
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