Estupro, o
crime que até a lei oculta
Uma
mulher é violentada a cada 11 minutos no Brasil. Mas os códigos sociais culpam
as vítimas, em vez de protegê-las.
publicado 17/06/2016
15h43, última modificação 19/06/2016
08h56
Paulo Pinto/ AGPT
"A
violência de gênero é um reflexo direto da ideologia patriarcal"
Em
2002, o filme francês Irreversível trouxe
às telas uma das cenas mais incômodas da história do cinema: em uma passagem
subterrânea na noite de Paris, a personagem de Monica Bellucci volta sozinha de
uma festa e cruza com o agressor, que a domina com uma faca, a joga no chão, abafa
seus gritos ao tapar a sua boca, rasga sua roupa, a estupra e a espanca,
com chutes no nariz e nas costelas e repetidos choques de seu rosto contra o
chão. São 11 longos minutos em uma sequência de tensão, repulsa e dor.
Apesar do misto de perplexidade e revolta que a cena de um estupro causa, não se trata de um caso incomum. No Brasil são perto de 527 mil estupros ao ano, segundo o levantamentoEstupro no Brasil: Uma radiografia segundo os dados da Saúde, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O crime, no entanto, é um dos mais subnotificados no País: estima-se que apenas 10% dos casos cheguem à polícia. Ou seja, 90% nem sequer são investigados.
Ver matéria na íntegra: Carta Capital.
STF: Bolsonaro vira réu por
incitação ao estupro
Por 4 x1, STF aceita denúncia por
incitação ao crime de estupro e injúria. Em 2014, Bolsonaro disse que Maria do
Rosário "não merecia ser estuprada"
'Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria
estuprar, porque não merece', disse Bolsonaro em 2014 sobre Maria do Rosário
Supremo Tribunal Federal aceitou
a denúncia contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) por incitação ao
crime de estupro e injúria na tarde desta terça-feira 21. Com isso, o
parlamentar torna-se réu nas duas ações que correm contra ele no STF.
Em 2014, Jair Bolsonaro reiterou, em entrevista ao jornal Zero
Hora, uma fala feita no plenário da Câmara em que declarou que"não estupraria" a deputada
Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merecia".
"Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia,
não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse,
não iria estuprar, porque não merece", declarou ao jornal.
Por meio de seu perfil oficial no Facebook, a deputada Maria do Rosário
agradeceu a militância feminista e comemorou a decisão: "Em um país em que
a cada onze minutos é cometido um estupro, e em que nos deparamos
cotidianamente com crimes atrozes contra a dignidade sexual, é fundamental
combater a cultura do estupro e para tal a decisão do dia hoje é um passo
extremamente importante nesta caminhada."
Ver matéria na íntegra Carta Capital
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