Projetos de lei que impedem manifestações ideológicas em sala
tramitam pelo País
10/7/2016
Colégios tradicionais de SP se
manifestaram contra os projetosPedro Ribas/ ANPr/Fotos Públicas
No momento em que ganham
força e se alastram pelos Legislativos do País, os projetos de lei que dizem
defender a "neutralidade do ensino", por meio da proibição da
"doutrinação ideológica" nas escolas, começam a ter a sua
legitimidade questionada.
Nesta semana, 20 dos
colégios particulares mais tradicionais de São Paulo se manifestaram contra os
projetos — entre eles, Santa Cruz, Mackenzie, Bandeirantes e Vera Cruz —,
argumentando que eles podem "cercear e até inviabilizar o trabalho
pedagógico".
São quatro projetos do
tipo na Câmara dos Deputados e um no Senado, além de propostas em 7 Assembléias
Legislativas e 12 Câmaras Municipais. Quase todos os projetos reproduzem o
texto do programa Escola sem Partido, idealizado em 2004 pelo advogado Miguel Nagib, procurador paulista.
Ver matéria completa : R7 noticias.
Escola sem partido ou como a direita está disputando a educação
Beatriz Cerqueira20 de Junho de 2016 - coordenadora-geral
do Sind-UTE/MG e presidenta da CUT/Minas.
Há um forte propósito de criminalizar o professor
Durante os debates do Fórum
Estadual de Educação, realizado recentemente em Minas Gerais, tive a
oportunidade de ler e escutar os argumentos daqueles que defendem o “Escola Sem Partido”. Acompanhando as lutas em
vários estados, já sabia que esse é um projeto articulado, nacionalmente, não
idéias de um grupo de pais desarticulados que "só" querem participar
da escola e estão preocupados com a educação dos filhos.
Há um forte propósito de criminalizar o professor, que assim perde a condição de docente e passa a ser um transmissor do conteúdo que a “família” autoriza expressamente que pode ser transmitido. E que seria vigiado para não “ultrapassar” o limite. O que eu ainda não tinha percebido e depois de ver, ler e ouvir eu entendi, é que a estratégia desse grupo é colocar pais contra os professores e atacar a escola pública.
Afirmam que o aluno "é a parte mais fraca na relação de aprendizagem" colocando o professor na condição de opressor. Discursam que os pais têm o direito de participar da escola, como se nós não defendêssemos a participação da comunidade na vida escolar, na elaboração do projeto político-pedagógico da escola e como se, até agora, fossem impedidos dessa participação.
Há um forte propósito de criminalizar o professor, que assim perde a condição de docente e passa a ser um transmissor do conteúdo que a “família” autoriza expressamente que pode ser transmitido. E que seria vigiado para não “ultrapassar” o limite. O que eu ainda não tinha percebido e depois de ver, ler e ouvir eu entendi, é que a estratégia desse grupo é colocar pais contra os professores e atacar a escola pública.
Afirmam que o aluno "é a parte mais fraca na relação de aprendizagem" colocando o professor na condição de opressor. Discursam que os pais têm o direito de participar da escola, como se nós não defendêssemos a participação da comunidade na vida escolar, na elaboração do projeto político-pedagógico da escola e como se, até agora, fossem impedidos dessa participação.
Na verdade, o que fazem é colocar o pai e a mãe contra o professor,
defendendo que devem ter o direito de ir à escola e vigiá-lo, decidir se a
avaliação que ele elabora pode ou não ser aplicada, se o livro indicado para a
leitura pode ou não ser lido, se o livro didático adotado pode ou não ser
utilizado! Criam uma falsa contraposição entre professor e pais. Mas fazem mais.
Ver matéria completa no
Brasil de Fato.
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