sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Morte de presos em Manaus

Papa Francisco diz estar preocupado após massacre em presídio de Manaus
Pontífice fez apelo para que prisões sejam locais para reabilitação e reintegração social. Motim em presídio deixou 56 mortos entre domingo e segunda.

Por G1
04/01/2017 09h11   


Após expressar pesar sobre o massacre em presídio de Manaus, o Papa Francisco fez um apelo instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social (Foto: Filippo Monteforte / AFP)

"Papa Francisco expressa “dor e preocupação" com a morte de presos em Manaus
O Papa Francisco manifestou nesta quarta-feira (4) sua dor e preocupação após as 56 mortes durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) de Manaus, no Amazonas. A rebelião foi a mais violenta desde o Massacre do Carandiru, em 1992.

"Quero expressar tristeza e preocupação com o que aconteceu. Convido-vos a rezar pelos mortos, pelas suas famílias, por todos os detidos na prisão e por aqueles que trabalham nele", disse o papa durante uma audiência-geral no Vaticano.

"Eu gostaria de renovar o meu apelo para instituições prisionais sejam locais de reabilitação e reintegração social e que as condições de vida dos detidos sejam dignas de seres humanos", disse o pontífice. O Papa Francisco já recebeu detidos no Vaticano e, em suas viagens ao exterior, muitas vezes visitou prisões.

Além dos mortos no Compaj, mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, elevando para ao menos 60 o número de presos mortos esta semana no Amazonas."


Críticas internacionais

'Entidades internacionais também criticaram a omissão das autoridades brasileiras,   O Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos cobrou uma investigação imediata e independente. A ONU afirma que os detidos estão sob custódia do estado e, por isso, as autoridades têm a responsabilidade sobre o que acontece com elas. A ONU fez um apelo para que os responsáveis respondam judicialmente.

Já Anistia Internacional atribuiu o massacre à negligência das autoridades e à superlotação dos presídios brasileiros. A ONG ainda lembrou que as condições da unidade prisional já tinham sido denunciadas pelo Conselho Nacional de Justiça, mas as medidas necessárias para corrigir o problema não foram tomadas.
Organismos internacionais cobram reação do Brasil ao massacre no AM'.

G1 noticias

ENTENDA: o que a disputa nacional entre facções tem a ver com a barbárie no presídio do Amazonas
Disputa entre PCC e CV por tráfico de drogas e poder dentro das prisões é conhecida dos órgãos de segurança, afirmam especialistas; para o ministro da Justiça, é 'um erro achar, de uma forma simplista, que esse massacre e essas rebeliões são apenas guerra entre facções'.


O PRIMEIRO MASSACRE Disputa entre as facções FDN e PCC resulta na maior tragédia da história do sistema prisional do Amazonas 

Por Tahiane Stochero, G1 São Paulo
03/01/2017 19h28  
  
"A ruptura da parceria entre as facções que comandam o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, o Comando Vermelho (CV), e em São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC) - com a consequente disputa entre elas pelo controle do comércio nacional de entorpecentes - é apontada por especialistas como principal motivo que levou a facção Família do Norte (FDN) a matar 56 detentos supostamente membros do PCC no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, na capital amazonense.


Para o promotor, o incidente no presídio de Manaus é uma retaliação da FDN a mortes provocadas pelo PCC. “Foi retaliação e demonstração de força da Família do Norte. É de se esperar reação agora do PCC não só no Amazonas, como também em outros estados. Todo mundo esperava um ataque do PCC contra o FDN, e eles foram surpreendidos agora. Teremos outros capítulos”, afirma Gakiya. 



Segundo o Ministério Público, o PCC tem hoje no país 29 mil batizados (pessoas que praticam o crime como formais integrantes da facção), sendo 22 mil deles fora do estado de São Paulo. Já o Comando Vermelho tem 16 mil fora do Rio. Em outubro, o MP apreendeu com detentos um "salve" (espécie de ordem para os integrantes da facção) em que a liderança do PCC ordenava uma guerra contra integrantes do CV. 

Em seguida, em dezembro,   

o PCC tomou a comunidade da Rocinha, no Rio de    Janeiro , tornando-se rival direta no comércio de drogas do Comando Vermelho.
A rota do Norte pela fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela, como porta de entrada marítima de drogas e armas, seria utilizada pela FDN para a realização de negócios com outras organizações, possuindo ainda, segundo a PF, contatos com políticos, advogados, vereadores e membros do poder público. 


Especialistas apontam que a FDN possui um número menor de integrantes que o PCC e o CV, mas não souberam apontar o número exato de batizados. 

                            O G1 questionou a Polícia Federal sobre inquéritos a respeito da disputa entre as facções nos estados, mas até a publicação desta reportagem, não teve retorno. "


Transcrito do G1 Noticias.

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