Rio de Janeiro está à beira do caos social,
apontam especialistas
Governos federal e estadual negociam pacote para o estado e apresentam
contrapartidas repudiadas por trabalhadores
Fania Rodrigues
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ), 18 de Janeiro de 2017
Medidas
propostas pelo governador Luiz Fernando Pezão atacam direitos trabalhistas de
servidores e precarizam serviços públicos / Fernando Frazão / Agência Brasil
Salários atrasados, empresas terceirizadas sem pagamento, hospitais
parcialmente paralisados, delegacias sem recursos, penitenciárias superlotadas
e à beira de uma rebelião. A crise do Rio de Janeiro avança e o governo
estadual negocia ajuda de R$ 20 bilhões para 2017 com o governo
federal, podendo chegar a R$ 50 bilhões até 2019.
As propostas do governo de Luiz Fernando Pezão e a contrapartida exigida
pelo governo de Michel Temer para conceder o pacote de ajuda são alvos de
crítica por parte de funcionários públicos e pensionistas. Segundo
o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), as
soluções apresentadas atingem a população mais vulnerável economicamente.
“Reconhecemos que existe uma crise financeira, mas discordamos
frontalmente das saídas propostas pelo governo do Estado e pelo governo
federal. Tais medidas jogam a conta dessa crise para ser paga por uma parcela
significativa dos servidores do Estado do Rio e pela população, que recebe
serviços cada vez mais precarizados”, destacou o movimento através de uma carta
aberta.
Entre as propostas de Pezão apresentadas à população e ao governo
federal para aumentar a arrecadação e diminuir os gastos, estão os cortes em
políticas sociais como o Bilhete Único Intermunicipal, a privatização da
Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), aumento do desconto
previdenciário de 11% para 14%. O governo também está propondo uma alíquota
extraordinária de 16% para servidores, aposentados e pensionistas, por
tempo determinado (que poderia ser em torno de quatro anos). Com isso os
descontos chegariam a 30%. Além disso, Pezão propôs congelar o
salário dos servidores por três anos, corte salarial e redução da carga
horária. O corte de salário é proibido por lei, por isso precisaria do aval
do Supremo Tribunal Federal (STF).
STF na contramão
O STF está tendo papel decisivo na resolução da crise no Rio
de Janeiro. O tribunal autorizou o pagamento dos salários depois
do décimo dia útil do mês, alterando a legislação que previa que
o dinheiro fosse depositado todo quinto dia útil. A Suprema Corte também
validou o aumento da alíquota previdenciária e agora vai decidir sobre a
redução salarial dos servidores.
A postura da atual presidente do STF foi questionada pelos trabalhadores
do estado. “A iniciativa, por parte da ministra Carmen Lúcia, de chancelar esse
acordo entre as duas esferas governamentais para solucionar a crise (que é
obrigação da União, pelo Pacto Federativo), mostra-se descompromissada com os
interesses da população fluminense e seus servidores. Na verdade, ela está
chancelando um ataque duríssimo e injusto ao servidor público”, aponta o Muspe.
Para protestar contra o "Pacote de Maldades" do governo
Pezão, o Muspe está convocando um protesto para o dia 2 de fevereiro, às 12h,
em frente à Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Nesse
dia serão retomadas as atividades parlamentares e haverá votação
relacionada às medidas do governo. A pauta da manifestação é "contra
a privatização da Cedae e em defesa do serviço público".
Ver matéria completa no Brasil de Fato.
O governo paulista precisa
rever suas prioridades
por Luiz Fernando Teixeira*
— publicado 17/01/2017 13h42, última modificação 17/01/2017
14h04
O futuro é feito com educação,
cultura e esporte e não nos presídios
O governador Alckmin
"Os massacres que culminaram na morte de centenas de presidiários na
Amazônia, Roraima e Rio Grande do Norte mostram que
algumas práticas deviam ser revistas. A conta não fecha. Quando o Estado aplica
mais recursos no sistema carcerário do que na área da educação é sinal de que
caminha para o abismo.
Não critico o valor investido na reinserção de quem contrariara a lei.
Acredito que todo ser humano pode errar, deve pagar por seus erros e, nos
termos da lei, ainda assim, ser tratado como cidadão.
Apenas pondero que, se o governo pensar em longo prazo, é melhor ampliar
os recursos na formação de valores para futuramente não precisar gastar com a
correção de atividades criminosas.
A conta precisa fechar. O futuro é feito com formação em educação,
cultura, esportes e não no presídio. Esse sistema precisa formar cidadãos e não
vilões.
Dados de 2015 do Fundeb mostravam que o governo de São Paulo investia,
até então, 3.787,86 de reais por ano em cada estudante do Ensino Médio, enquanto
dados do Consej do mesmo período mostravam que a administração desembolsava
anualmente 16,8 mil reais por presidiário.
No orçamento para 2017 que o governador Geraldo Alckmin enviou e
aprovou na Assembléia Legislativa de São Paulo, os cortes nas três áreas que
formam nossas crianças e jovens foram tremendos, porém para a segurança pública
há previsão de crescimento dos investimentos."
Ver matéria completa na Carta Capital.
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