60% dos
deputados que julgaram Dilma respondem processos
19 ABR2016
Dos 513 deputados federais inscritos
para a votação que decidiu sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, ocorrida no último domingo (17), 298 respondem a processos na
Justiça. O número representa o total de 58,09% dos parlamentares que compõem a
Câmara dos Deputados. Os dados foram levantados pelo Portal EBC na plataforma
do Projeto Excelências, da ONG Transparência Brasil.
Dentre os parlamentares que se
posicionaram favoravelmente ao prosseguimento do processo de impeachment, 58%
possuem algum questionamento jurídico. Já entre os que votaram a favor do
governo, De todos, 54% respondem ou já foram condenados em algum processo.
Entre deputados ausentes ou que se abstiveram de votar, 100% têm pendências
judiciais. Os processos estão em diversas instâncias e vão desde crimes
eleitorais até processos de má gestão do dinheiro público e corrupção.
O deputado recordista em termos de
números de processos, de acordo com a Transparência Brasil, é membro da Mesa
Diretora da Câmara. Beto Mansur (PRB-SP), 1ª Secretário da equipe presidida por
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem 45 processos na Justiça.
A maioria é por conta da época em que
Mansur foi prefeito de Santos, mas um dos processos é uma indenização de R$ 200
mil paga a trabalhadores de sua fazenda que, segundo o TRT, tinha condições de
trabalho análogas à escravidão.
Em segundo lugar na lista, está o
deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PI), com 35 processos. Washington Reis
(PMDB-RJ), com 30 processos, Mauro Mariani (PMDB-SC), com 27 processos e
Roberto Góes (PDT-AP), com 25 processos. Estes completam a lista dos cinco com
mais pendências na Justiça.
No histórico judicial dos deputados
por estado, Sergipe aparece como a única unidade da federação em que 100% dos
parlamentares possuem algum tipo de processo na Justiça.
Todos os oito deputados têm ou
tiveram problemas com a Justiça. Outros 19 estados têm mais da metade dos
deputados respondendo a processos.
Apenas Acre (3 de 8), Bahia (16 de
39), Minas Gerais (26 de 53), Pará (7 de17), Pernambuco (11 de 25), Rio de
Janeiro (22 de 46), Rio Grande do Norte (3 de 8) e Roraima (3 de 8) têm menos
da metade de deputados respondendo a processos.
Já na análise por partidos, sete das
25 siglas somam mais de 50% de seus parlamentares envolvidos em questionamentos
judiciais: PC do B, PHS, PMB, PSB, Psol, PV e REDE. Por outro lado, PDT, PEN,
PP, PT do B e PTB têm mais de dois terços da bancada com problemas na Justiça.
Quando os deputados são divididos por
gênero, há equilíbrio. Entre as mulheres, 28 das 52 deputadas (53,84%) têm
pendências judiciais. Entre os homens, 270 dos 460 têm problemas judiciais. O
valor corresponde a 58,69% do total. De todos os deputados, o único que não têm
dados disponíveis é Floriano Pesaro (PSDB-SP).
Agência Brasil
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