Marielle | "A primeira execução política da
intervenção militar"
“Afirmação foi feita pelo Grupo Tortura Nunca Mais”.
Leonardo Fernandes
Brasil de Fato | São Paulo - 15 de Março
de 2018 .
Marielle
foi a quinta vereadora mais votada da cidade do Rio de Janeiro nas últimas
eleições / Reprodução Facebook
“Poderia ter sido mais um caso da violência do Estado no Rio de Janeiro.
Marielle Franco tinha o perfil da maioria das jovens assassinadas pelas forças
de segurança no país: jovem, negra e moradora de periferia. Mas a brutal
execução da vereadora de apenas 38 anos não entrará só para as estatísticas da
violência. Ela havia ousado chegar ao parlamento municipal carioca, com mais de
40 mil votos, sendo a quinta mais votada nas últimas eleições. O
crime teve forte repercussão na mídia nacional e internacional, além de
grandes mobilizações pelo país.”(...)
“O crime é político. Marielle fez
denúncias que a tornaram uma pessoa 'perigosa' para muitos. Ela está entre
os indesejáveis para o sistema de opressão e privilégios. Sua execução é uma
mensagem que os algozes dão aos cariocas, aos ativistas, aos lutadores.
Trata-se de um evidente silenciamento em função da voz que ela era. A voz de
todas nós e a voz das mulheres negras, das favelas, da comunidade que é
massacrada pelo racismo”, afirma.
“Tiburi disse estar chocada com o crime, assim como todo o Brasil. “Marielle
era uma das pessoas mais queridas, uma
companheira para todas as horas. Eu a admirava imensamente. Por sua
inteligência, sua coragem e também por sua potência. Marielle era uma amiga,
além de ser uma companheira de luta”.
O crime
Marielle Franco foi assassinada a tiros na noite da última quarta-feira
(14), por volta das 21h, no bairro Estácio, região central do Rio de Janeiro.
Anderson Pedro Gomes, motorista da vereadora, também morreu.
A
parlamentar saía de uma atividade com ativistas negras. Um dia antes do crime,
ela havia publicado nas redes sociais mais uma grave denúncia da atuação da
Polícia Militar (PM) na comunidade do Acari, zona norte da capital fluminense.
“Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM.
Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que
essa guerra acabe?”, dizia a mensagem.
“Em outra
postagem do dia 10 de março, Marielle chamou o 41° BPM de "Batalhão da
morte". "O que está
acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41°
batalhão da PM é conhecido como Batalhão da Morte. Chega de esculachar a
população! Chega de matarem nossos
jovens", escreveu. O batalhão é o mesmo dos policiais envolvidos na
morte da menina Eduarda, também na comunidade do Acari, fato que ganhou grande
repercussão nacional. No próximo dia 30 de março faria um ano da morte da
adolescente de 13 anos.”
“A principal linha de investigação das autoridades é de execução, já que
os criminosos fugiram sem levar nada.
Testemunhas já foram ouvidas pela polícia, entre elas, uma assessora da
vereadora que estava presente na hora do crime. Ela chegou a ser atingida por
estilhaços e teve ferimentos leves. A vereadora Marielle Franco foi atingida
por nove tiros, quatro na cabeça, e o motorista, Anderson Gomes, recebeu três
tiros.”(...)
Edição: Nina Fideles
Ver site abaixo.
https://www.brasildefato.com.br/2018/03/15/marielle-or-a-primeira-execucao-politica-da-intervencao-militar/
“Milhares de pessoas se despedem da vereadora
Marielle Franco no Rio de Janeiro”
“Do lado de fora da Câmara dos Vereadores, uma multidão prestou
homenagem à parlamentar”
Mariana Pitasse
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)-15 de Março
de 2018 às 19:33
A
cerimônia, que aconteceu no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores do Rio de
Janeiro, foi restrita a amigos e familiares / Pablo Vergara
“Companheira me ajuda que eu não
posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”. Foi com esses
versos que milhares de pessoas se despediram da vereadora Marielle Franco
(Psol) durante seu velório e do motorista Anderson Pedro Gomes na tarde desta
quinta-feira (15). A cerimônia, que aconteceu no Salão Nobre da Câmara dos
Vereadores do Rio de Janeiro, foi restrita a amigos e familiares.
“Do lado de fora do parlamento municipal, uma multidão de pessoas fez
vigília e prestou as últimas homenagens à vereadora, de 38 anos, assassinada na
noite de quarta-feira (14), após participar da roda de conversa “Jovens negras
movendo as estruturas”, no bairro da Lapa, no centro da cidade.”
“Marielle era justamente uma mulher negra que movia estruturas. Ela
tinha chegado há apenas um ano no parlamento municipal carioca, com mais de 40
mil votos, sendo a quinta mais votada nas últimas eleições e incomodava ao
pautar no plenário discussões sobre feminismo, aborto, racismo e fazer
denúncias contra o massacre da juventude negra nas favelas cariocas.”
Para o deputado federal Chico Alencar
(Psol-RJ), a atuação política de Marielle comprova que seu assassinato é um
quebra cabeça fácil de ser montado. “Ela foi morta, destroçada, destruída por
facínoras, com indícios fortíssimos de grupos de extermínio e execução. A
precisão dos tiros na cabeça é de quem tem experiência de matança. Agora só nos
resta ter forças para cobrar com toda a veemência uma apuração séria. Sem essa
de que 90% dos crimes de homicídios não são apurados no Brasil. Tem que
ser! Nós vamos aclamar, insistir, não deixar cair no esquecimento. É muito
grave isso que aconteceu, é um crime contra a democracia no Brasil”, afirmou.
Procurada
pelo Brasil de Fato a assessoria de imprensa da Polícia Civil
afirmou em nota que o novo chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, se reuniu,
na manhã desta quinta (15), com o deputado estadual Marcelo Freixo e os
delegados Fábio Cardoso e Giniton Lages, que estão assumindo as titularidades
da Divisão de Homicídios e da Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital),
respectivamente. O encontro teve por objetivo reiterar o compromisso da
Instituição nas investigações da morte da vereadora.
Durante a vigília em frente a Câmara Municipal,
milhares de pessoas se manifestaram contra a atuação violenta da Polícia
Militar do Rio de Janeiro. Entre palavras de ordem, cartazes e cantos, as
pessoas pediram, principalmente, o fim da instituição.
Edição:
Vivian Virissimo
Ver matéria completa no site abaixo:
https://www.brasildefato.com.br/2018/03/15/milhares-de-pessoas-se-despedem-da-vereadora-marielle-franco-no-rio-de-janeiro/
“Em todo país, manifestantes vão às ruas para
denunciar execução de Marielle Franco”
“Atos, vigílias e marchas exigiram justiça para o assassinato da
vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes”.
Redação
Brasil de
Fato | São Paulo (SP) - 15 de Março de 2018 às 22:26
(...)
Bahia
“Pela manhã, as plenárias e tendas do Fórum Social Mundial, que ocorre
em Salvador (BA), foram utilizadas para lembrar a luta da militante.”
(...)
“Presente no Fórum, a ex-presidenta Dilma
Rousseff (PT) lamentou o ocorrido em uma das mesas da conferência.
"Não há golpe sem barbárie e sem violência. O que aconteceu com a Marielle
Franco foi um assassinato, uma execução", disse a ex-presidenta.”(...)
Brasília
“Em Brasília, Marielle foi homenageada em uma
sessão solene no Congresso Nacional. Os presentes seguravam girassóis e faixas
pretas para marcar o luto.”(...)
Sessão solene em homenagem à Marielle
Franco e Anderson Pedro Gomes na Câmara dos Deputados / Mídia Ninja
Noite de luta
SÃO PAULO
“Na capital paulista, os servidores públicos municipais, em luta contra
a reforma da Previdência, expressaram apoio e solidariedade com um minuto de
silêncio em memória de Marielle e Anderson.”
“Alguns professores seguiram do centro de São Paulo para a Avenida
Paulista, onde ocorreu o “Ato Contra o Genocídio Negro - Marielle
Presente” no Museu de Arte de São Paulo (Masp).”
Vigília reuniu milhares na capital
paulista na noite desta quinta / Julia Dolce
“Lá, milhares de manifestantes caminharam em direção à Rua da Consolação
e entoaram palavras de ordem contra a militarização da Polícia Militar e pelo
fim da intervenção federal no Rio de Janeiro.”
“Lideranças de movimentos populares e de partidos
políticos, como a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL-SP), participaram do protesto.
Ela ressaltou a importância da união da esquerda na atual conjuntura.”
PARANÁ
“Em Curitiba (PR), cerca de 2,5
mil pessoas participaram de uma vigília em solidariedade aos familiares e
amigos da vereadora Marielle e Anderson na Praça Santos Andrade.”
Vigília na Praça Santos Andrade em
Curitiba / Giorgia Prates
MINAS GERAIS
“Militantes também saíram às ruas em Belo Horizonte (MG) contra o
genocídio da população negra. O ato ocorreu na Praça da Estação.”
“Já na capital alagoana, as homenagens ocorreram em frente à Câmara
Municipal de Maceió.”
PERNANBUCO
“Em Pernambuco, o ato público tomou conta da frente
do portão de entrada da Câmara dos Vereadores de Recife, onde houve falas de
representantes de partidos de esquerda e movimentos populares.”
A militante Daniela Portela participou do
ato em Recife (PE) / Brasil de Fato
“A cobertura minuto a minuto do Brasil de Fato também
registrou atos em Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza, Londrina, Santos e outras cidades”.
Homenagens no exterior
União Européia
Parlamento Europeu
"Pedimos para a
Comissão uma suspensão imediata das negociações com o Mercosul até que haja o
fim da violência e intimidação contra a oposição política e defensores de direitos
humanos", declararam os partidos que compõem a aliança Esquerda Europeia
Unida.
No
Reino Unido, jovens fizeram uma vigília em frente ao Parlamento Britânico.
ARGENTINA
“ Na
Argentina, manifestantes se concentraram em frente ao obelisco de Buenos Aires
em repúdio ao assassinato da militante.”
Ver matéria
completa no site abaixo:
https://www.brasildefato.com.br/2018/03/15/em-todo-pais-manifestantes-vao-as-ruas-para-denunciar-execucao-de-marielle-franco/
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