sexta-feira, 16 de março de 2018

CRIME


Marielle | "A primeira execução política da intervenção militar"
“Afirmação foi feita pelo Grupo Tortura Nunca Mais”.
Leonardo Fernandes
Brasil de Fato | São Paulo - 15 de Março de 2018 .
Marielle foi a quinta vereadora mais votada da cidade do Rio de Janeiro nas últimas eleições / Reprodução Facebook

“Poderia ter sido mais um caso da violência do Estado no Rio de Janeiro. Marielle Franco tinha o perfil da maioria das jovens assassinadas pelas forças de segurança no país: jovem, negra e moradora de periferia. Mas a brutal execução da vereadora de apenas 38 anos não entrará só para as estatísticas da violência. Ela havia ousado chegar ao parlamento municipal carioca, com mais de 40 mil votos, sendo a quinta mais votada nas últimas eleições. O crime teve forte repercussão na mídia nacional e internacional, além de grandes mobilizações pelo país.”(...)

“O crime é político. Marielle fez denúncias que a tornaram uma pessoa 'perigosa' para muitos. Ela está entre os indesejáveis para o sistema de opressão e privilégios. Sua execução é uma mensagem que os algozes dão aos cariocas, aos ativistas, aos lutadores. Trata-se de um evidente silenciamento em função da voz que ela era. A voz de todas nós e a voz das mulheres negras, das favelas, da comunidade que é massacrada pelo racismo”, afirma.
“Tiburi disse estar chocada com o crime, assim como todo o Brasil. “Marielle era uma das pessoas mais  queridas, uma companheira para todas as horas. Eu a admirava imensamente. Por sua inteligência, sua coragem e também por sua potência. Marielle era uma amiga, além de ser uma companheira de luta”.


O crime

Marielle Franco foi assassinada a tiros na noite da última quarta-feira (14), por volta das 21h, no bairro Estácio, região central do Rio de Janeiro. Anderson Pedro Gomes, motorista da vereadora, também morreu. 
A parlamentar saía de uma atividade com ativistas negras. Um dia antes do crime, ela havia publicado nas redes sociais mais uma grave denúncia da atuação da Polícia Militar (PM) na comunidade do Acari, zona norte da capital fluminense. “Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, dizia a mensagem.
“Em outra postagem do dia 10 de março, Marielle chamou o 41° BPM de "Batalhão da morte". "O que  está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da Morte. Chega de esculachar a população! Chega de matarem  nossos jovens", escreveu. O batalhão é o mesmo dos policiais envolvidos na morte da menina Eduarda, também na comunidade do Acari, fato que ganhou grande repercussão nacional. No próximo dia 30 de março faria um ano da morte da adolescente de 13 anos.” 
“A principal linha de investigação das autoridades é de execução, já que os criminosos  fugiram sem levar nada. Testemunhas já foram ouvidas pela polícia, entre elas, uma assessora da vereadora que estava presente na hora do crime. Ela chegou a ser atingida por estilhaços e teve ferimentos leves. A vereadora Marielle Franco foi atingida por nove tiros, quatro na cabeça, e o motorista, Anderson Gomes, recebeu três tiros.”(...) 

Edição: Nina Fideles
Ver site abaixo.
https://www.brasildefato.com.br/2018/03/15/marielle-or-a-primeira-execucao-politica-da-intervencao-militar/

“Milhares de pessoas se despedem da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro”
“Do lado de fora da Câmara dos Vereadores, uma multidão prestou homenagem à parlamentar”
Mariana Pitasse
Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)-15 de Março de 2018 às 19:33


A cerimônia, que aconteceu no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, foi restrita a amigos e familiares / Pablo Vergara

“Companheira me ajuda que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”. Foi com esses versos que milhares de pessoas se despediram da vereadora Marielle Franco (Psol) durante seu velório e do motorista Anderson Pedro Gomes na tarde desta quinta-feira (15). A cerimônia, que aconteceu no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, foi restrita a amigos e familiares.
“Do lado de fora do parlamento municipal, uma multidão de pessoas fez vigília e prestou as últimas homenagens à vereadora, de 38 anos, assassinada na noite de quarta-feira (14), após participar da roda de conversa “Jovens negras movendo as estruturas”, no bairro da Lapa, no centro da cidade.”
“Marielle era justamente uma mulher negra que movia estruturas. Ela tinha chegado há apenas um ano no parlamento municipal carioca, com mais de 40 mil votos, sendo a quinta mais votada nas últimas eleições e incomodava ao pautar no plenário discussões sobre feminismo, aborto, racismo e fazer denúncias contra o massacre da juventude negra nas favelas cariocas.”
Para o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ), a atuação política de Marielle comprova que seu assassinato é um quebra cabeça fácil de ser montado. “Ela foi morta, destroçada, destruída por facínoras, com indícios fortíssimos de grupos de extermínio e execução. A precisão dos tiros na cabeça é de quem tem experiência de matança. Agora só nos resta ter forças para cobrar com toda a veemência uma apuração séria. Sem essa de que 90% dos crimes de homicídios não são apurados no Brasil. Tem que ser! Nós vamos aclamar, insistir, não deixar cair no esquecimento. É muito grave isso que aconteceu, é um crime contra a democracia no Brasil”, afirmou
Procurada pelo Brasil de Fato a assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou em nota que o novo chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, se reuniu, na manhã desta quinta (15), com o deputado estadual Marcelo Freixo e os delegados Fábio Cardoso e Giniton Lages, que estão assumindo as titularidades da Divisão de Homicídios e da Delegacia de Homicídios da Capital (DH/Capital), respectivamente. O encontro teve por objetivo reiterar o compromisso da Instituição nas investigações da morte da vereadora.
Durante a vigília em frente a Câmara Municipal, milhares de pessoas se manifestaram contra a atuação violenta da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Entre palavras de ordem, cartazes e cantos, as pessoas pediram, principalmente, o fim da instituição.
Edição: Vivian Virissimo
Ver matéria completa no site abaixo:
 https://www.brasildefato.com.br/2018/03/15/milhares-de-pessoas-se-despedem-da-vereadora-marielle-franco-no-rio-de-janeiro/

“Em todo país, manifestantes vão às ruas para denunciar execução de Marielle Franco”
“Atos, vigílias e marchas exigiram justiça para o assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes”.
Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) - 15 de Março de 2018 às 22:26
(...)
Bahia

“Presente no Fórum, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) lamentou o ocorrido em uma das mesas da conferência. "Não há golpe sem barbárie e sem violência. O que aconteceu com a Marielle Franco foi um assassinato, uma execução", disse a ex-presidenta.”(...)

 Brasília

“Em Brasília, Marielle foi homenageada em uma sessão solene no Congresso Nacional. Os presentes seguravam girassóis e faixas pretas para marcar o luto.”(...)
Sessão solene em homenagem à Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes na Câmara dos Deputados / Mídia Ninja
 Noite de luta

 SÃO PAULO

“Na capital paulista, os servidores públicos municipais, em luta contra a reforma da Previdência, expressaram apoio e solidariedade com um minuto de silêncio em memória de Marielle e Anderson.” 
“Alguns professores seguiram do centro de São Paulo para a Avenida Paulista, onde ocorreu o  “Ato Contra o Genocídio Negro - Marielle Presente” no Museu de Arte de São Paulo (Masp).” 
Vigília reuniu milhares na capital paulista na noite desta quinta / Julia Dolce 
“Lá, milhares de manifestantes caminharam em direção à Rua da Consolação e entoaram palavras de ordem contra a militarização da Polícia Militar e pelo fim da intervenção federal no Rio de Janeiro.”
“Lideranças de movimentos populares e de partidos políticos, como a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL-SP), participaram do protesto. Ela ressaltou a importância da união da esquerda na atual conjuntura.” 
 PARANÁ
“Em Curitiba (PR), cerca de  2,5 mil pessoas participaram de uma vigília em solidariedade aos familiares e amigos da vereadora Marielle e Anderson na Praça Santos Andrade.”
Vigília na Praça Santos Andrade em Curitiba / Giorgia Prates


 MINAS GERAIS
“Militantes também saíram às ruas em Belo Horizonte (MG) contra o genocídio da população negra. O ato ocorreu na Praça da Estação.” 
 ALAGOAS

“Já na capital alagoana, as homenagens ocorreram em frente à Câmara Municipal de Maceió.

PERNANBUCO
  “Em Pernambuco, o ato público tomou conta da frente do portão de entrada da Câmara dos Vereadores de Recife, onde houve falas de representantes de partidos de esquerda e movimentos populares.”

A militante Daniela Portela participou do ato em Recife (PE) / Brasil de Fato
“A cobertura minuto a minuto do Brasil de Fato também registrou atos em Florianópolis, Porto Alegre, Fortaleza, Londrina, Santos e outras cidades”. 

Homenagens no exterior

União Européia

Parlamento Europeu
"Pedimos para a Comissão uma suspensão imediata das negociações com o Mercosul até que haja o fim da violência e intimidação contra a oposição política e defensores de direitos humanos", declararam os partidos que compõem a aliança Esquerda Europeia Unida.
Vigília em Londres / Reprodução 
No Reino Unido, jovens fizeram uma vigília em frente ao Parlamento Britânico.
ARGENTINA
“ Na Argentina, manifestantes se concentraram em frente ao obelisco de Buenos Aires em repúdio ao assassinato da militante.”
Ver matéria completa no site abaixo:
https://www.brasildefato.com.br/2018/03/15/em-todo-pais-manifestantes-vao-as-ruas-para-denunciar-execucao-de-marielle-franco/

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