segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

FOLIA


“Se não fosse a luta, não teria carnaval em Belo Horizonte”

Produtor e militante cultural, José Guilherme Castro fala de projetos e desafios para a festa

Belo Horizonte, 
José Guilherme Castro: “O fenômeno do carnaval politizado é do momento, acontece no Rio e em São Paulo também” / Rafaella Dotta / Brasil de Fato MG
"De folião amador de vários carnavais em Recife e Olinda, José Guilherme Castro passou pela radiodifusão comunitária, pela discussão da luta  antimanicomial e agora se firma como carnavalesco profissional. Neste ano, atua em um projeto de fantasiar os principais monumentos da cidade, organiza um bloco em homenagem à revolução russa que sai o ano inteiro e desfila no Bloco Reciclado, com as fantasias todas de material reaproveitado, se somando ao coletivo que constrói o “Carnaval Lixo Zero”.

Brasil de Fato – A retomada do carnaval em Belo Horizonte veio da mobilização dos grupos. Você acha que o caráter contestador se mantém neste ano?

"José Guilherme Castro - Se não fosse a luta, não teria carnaval em Belo Horizonte. Aqui, é um carnaval conquistado. Mas ainda há muitas burocracias a serem vencidas. A gente fazia o carnaval inteiro sem pedir alvará, agora é difícil conseguir tocar os projetos, é muito difícil ainda o diálogo com a prefeitura. Mas ainda é uma festa de disputa da cidade. Em 2009, começa o movimento quando o Marcio Lacerda [PSB, prefeito de Belo Horizonte de  2009 a 2016] proibiu os eventos na Praça da Estação, em 2010 começa a ter mais blocos, depois vai só crescendo. O principal ator politizador do carnaval de BH era o Lacerda, que tentou acabar e depois disputar com o carnaval. Agora tem essa postura ambígua do [Alexandre] Kalil [PHS], que tenta se aproximar, que traz patrocínios para a cidade. Os blocos começam a se entender com essa ideia, que pode ter a ver com a profissionalização. Mas o fenômeno do carnaval de luta é do momento. Isso está acontecendo em São Paulo, no Rio. Como era na ditadura.  Saíram blocos como o “Segura a coisa”, com um baseado gigante, o “Eu acho é pouco”, sobre a tortura, o “Nóis sofre mas nóis goza”. Essa coisa da política, da contestação, ficou um pouco adormecida, mas está voltando. Estamos na resistência ofensiva. "

Mas há investimentos suficientes este ano? Como fica a relação entre os blocos e as escolas de samba?

"Aqui se gasta muito pouco no carnaval. Tanto é que o argumento contra as escolas de samba é que elas gastam muito. Que elas gastam só para armar a estrutura na Afonso Pena 49% do orçamento. Que 70% das despesas do carnaval de BH são com as escolas de samba. Mas 70% de pouco é quase nada. A prefeitura ganha com o carnaval. É a tal folia criativa, que está trazendo valores altos para a cidade. Falta um investimento na riqueza cultural. Poderia ter dinheiro para embelezar a cidade, chamar os artistas plásticos, trazer todos os ritmos do Brasil para o carnaval, com bandas e tudo. Poderia se aproveitar para renovar as estátuas, ao invés de colocar cercadinhos para supostamente protegê-las. É a lógica estranha de para onde vai o recurso. E é preciso mais cuidado com as escolas de samba, que são historicamente detonadas, desrespeitadas. Belo Horizonte tinha muitas escolas de samba. Se não tivessem sido paralisadas essas atividades pelo poder público, seria uma das principais manifestações culturais da cidade. Como diz um amigo meu, as escolas são óperas na rua."


Qual a ideia do Bloco Soviético, em homenagem aos 100 anos da revolução russa?

"Ele traz duas grandes contribuições: contribuir com a politização e trazer a ideia de fazer o carnaval o ano inteiro. Vai durar 2017 todo, todo dia 17, às 17h, na Praça Sete. Outras cidades já têm esse bloco Soviético, como São Paulo, que o organiza há cinco anos. Aqui fazemos mais uma performance política, ainda não tem grupo muito consolidado. É um grande palco de falas, de reunir pessoas. O bloco tenta ser um facilitador, fazer com que militantes virem foliões e foliões virem militantes." 

Qual a proposta do Carnaval Lixo Zero?

"Belo Horizonte tem um dos principais artistas plásticos brasileiros, o Léo Piló, que atua com reciclagem e é um grande conhecedor do carnaval. E é com ele que é lançado agora o Carnaval Lixo Zero, com as fantasias que ele faz, com 100% de material reciclado. Vão sair no Bloco Reciclado, feito com roupas do ano passado. E ele está executando um projeto com a prefeitura, que é a confecção e instalação de 25 fantasias em 25 monumentos da cidade. E vamos fazer também uma discussão sobre o cerrado. Fizemos uma alegoria de um tatu, que vai sair em vários blocos este ano. "

O que falta no carnaval de BH?

"Falta cultura carnavalesca. Temos carnaval, mas não cultura carnavalesca, que tem que ser o ano todo. A preparação, o ensaio, precisa começar muito antes. Aqui falta espaço, recurso, discutir mesmo o carnaval. Nosso carnaval não é amador, é muito eficiente. Mas ainda é pequeno. Falta descentralizar para a periferia, para a região metropolitana."

Edição: Frederico Santana Rick. Transcrito do Brasil de Fato..

PROTESTO


"Fora, Temer!" ganha o carnaval e presidente é tema de marchinhas
Bordão gritado por foliões em várias cidades do país está também na letra de marchinhas que fazem sucesso na internet.
Redação
Rede Brasil Atual, 27 de Fevereiro de 2017 

Nas ruas de todo o país, foliões pedem "Fora, Temer" / Reprodução/Brasil 247

"Desde a sua abertura, na última sexta-feira (24), o bordão "Fora,Temer!" tornou-se a febre do carnaval 2017.  O cantor Russo Passapusso, da banda System, Caetano Veloso provocaram os foliões de Salvador, que responderam à altura."

"A banda baiana, aliás, está sendo ameaçada de ficar fora do carnaval do ano que vem. De acordo com o  coletivo Jornalistas Livres, os puxadores do coro "Machistas, fascistas, não passarão", que foi seguido por um "Fora, Temer!", está na mira do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar)."
"Seu presidente, Pedro Costa, declarou ao jornal Correio que a banda pode sofrer punição e até ficar fora do próximo carnaval. Isso porque, segundo o coletivo, o código de ética do carnaval não permite usar o trio elétrico para atacar alguém."

"Pedro Costa afirmou  ainda" que não se pode transformar o carnaval em palanque político, a despeito dos vários artistas que, ao longo de muitos anos, pararam e continuam parando em frente aos camarotes para tecer elogios aos governantes da linhagem de Antonio Carlos Magalhães".
"Ontem foi a vez da multidão de Belo Horizonte, que seguia o Bloco Síndico, gritar" "Fora, Temer".
Transcrito do Brasil de Fato.




                                          






domingo, 26 de fevereiro de 2017

Carnaval

Com fantasias políticas, Bloco Bastardo tem 'desfile-protesto' em SP
Bloco canta marchinhas tradicionais pelas ruas de Pinheiros.




Por Paula Paiva Paulo, G1 São Paulo
25/02/2017 21h15  
Fantasias de protesto marcaram Bloco Bastardo neste sábado (25) (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

"De "democracia assassinada" à paquita com um cartaz da famosa conversa entre Sérgio Machado e Romero Jucá, fantasias com protestos políticos marcaram o bloco Bastardo na tarde deste sábado (25) em Pinheiros, zona Oeste de São Paulo.
Um folião criativo se vestiu e se maquiou de idoso e carregava uma placa: "Logo menos me aposento. #partiuSantos". O grito "fora, Temer" estava tanto no carro de som quanto pintado no corpo de folionas. Um trecho da marchinha deste ano ainda dizia "resistir, temer jamais".
O líder cubano Fidel Castro também não faltou ao bloco. Enquanto sambava, escutou um destoante 'volta para Cuba!'."

Folião foi fantasiado de Fidel Castro ao Bloco Bastardo (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
Tradição
"Atualmente, a minoria dos blocos de São Paulo mantém a tradição de cantar marchinhas de carnaval. Não é o caso do Bastardo, que faz encher o peito dos foliões que passam o ano esperando para cantar "Bandeira branca, amor". Com um público jovem, todos parecem conhecer hits como "Mamãe eu Quero", "As águas vão rolar" e "Aurora". (...)

Fundador do bloco, Pablo de Sousa, 38 anos, disse que o nome surgiu porque "a gente não tem pai. A gente é da rua e a rua é nossa". "A nossa ideia é fazer farra na rua sem distinção. As ruas são feitas pra dançar", completa.
  

Bloco Bastardo subindo a Rua dos Pinheiros na tarde deste sábado (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

Bastardo ocupou as ruas de Pinheiros neste sábado (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)


Instrumentos de sopro fazem parte da banda do bloco Bastardo (Foto: Paula Paiva Paulo/G1) 
G1 notícias.


Carnaval sem cor. Bloco desproprocional da Polícia desfilou nas ruas da Craco

por Christian Braga 23/02/2017
"
"Os repórteres dos Jornalistas Livres chegaram no fluxo da Craco, pouco depois da Tropa de Choque iniciar uma ação, que foi descrita via nota pela Secretaria de Segurança Pública, como uma "abordagem de rua".
"De dentro do fluxo, foram vistas cenas de pavor, dignas de uma operação do Terceiro Reich. Os moradores e usuários do local, que já tão cotidianamente violentados e criminalizados por uma das drogas mais terríveis do mundo, hoje, sentiram a força do braço armado da política higienista do atual prefeito de São Paulo, João Dória Jr, que já mostrou sua tônica no tratamento dessa situação: para ele, Crack não é um problema que pode ter solução com ações da pasta de saúde, é tão, e somente, um problema de Segurança Pública."
 
Foto: Christian Braga / Jornalistas Livres
A Cracolândia parecia um campo de extermínio.
"Muitos pais que levavam seus filhos à escola, corriam da Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana e da Tropa de Choque. Trabalhadores tentavam chegar em seus empregos, eram mais de 30 viaturas e caveirões da Tropa." Uma força desproporcional para cerca de 100 usuários que estavam no local no momento da ação. Moradores ficaram feridos por armas "menos letais".
O fotógrafo Dário Oliveira foi levado por moradores da região até o Corpo de Bombeiro, após ser atingido por uma bala letal na perna - Foto: Tadeu Amaral / Jornalistas Livres(...)
Christian Braga | fevereiro 23, 2017 às 6:40 pm | Tags: Cracolândia, Luz, violência | Categorias: Geral, mídia, Ocupações, São Paulo | URL: http://wp.me/p7pbzg-7JK

FORA TEMER dá o tom no Carnaval de Belo Horizonte

Quanto mais cresce e esquenta, mais politizado vai ficando o Carnaval de rua de Belo Horizonte. Uma pequena amostra foi dada nesse sábado, 18, quando a tradicional Banda Mole abriu a folia, arrastando milhares de pessoas pelo Centro da cidade. Não faltaram faixas, abadás, camisas, carimbos e adesivos estampados com o 'Fora Temer'.

Esse material deve-se ao trabalho dos militantes do Alvorada, um criativo grupo de whatsapp que se reúne presencialmente todas as semanas para programar iniciativas de agitação política de esquerda em BH. Como vem acontecendo desde o ano passado, na manhã do sábado o grupo armou a Tenda da Democracia na Praça 7, o centro nervoso da cidade, para vender abadás, camisas e panos de chão ou de prato da linha 'Fora Temer', além de distribuir de graça adesivos temáticos bastante procurados pelos passantes.

"Os abadás estão fazendo o maior sucesso", contou ao Jornalistas Livres o engenheiro agrônomo Evandro Ferreira. "Fizemos 400 abadás Diretas Já, mas acabou logo. Agora fizemos 400 com os dizeres 'Me beija que não sou golpista' e mais 200 camisas 'Fora Temer', além das faixas 'Fora Temer' e de 60 mil adesivos só para o Carnaval, aproveitando a saída da Banda Mole e do bloco Mama na Vaca, do bairro Santo Antônio.(...)    Apenas no agitado bairro de Santa Tereza, onde surgiu o Clube da Esquina, nasceram 36 novos grupos carnavalescos. Dá de tudo, de o Bloco Volta Belchior ao Sem Prisões, este, "um bloco de carnaval abolicionista, anti-prisional, antiproibicionista, anti-manicomial e antipunitivista". Haja abadás!

E em Belo Horizonte não tem esse negócio de comercializar a folia. Tudo é 0800.

"O importante é manter o moral da tropa", diz com ar de ironia um dos integrantes do Alvorada que prefere se identificar apenas como "Du das Faixas". "Fizemos adesivos exclusivos para 15 blocos. Cada um recebe mil. Até quarta-feira teremos mais 100 mil adesivos. A receptividade entre a moçada é muito boa, todo mundo quer os adesivos. O curioso é que o 'Lula 18' tem sido o mais procurado. Outra novidade de baixo custo que tem feito muito sucesso são os carimbos 'Fora Temer' que distribuímos para os blocos. Todo mundo quer ser carimbado", conta Du das Faixas, que faz questão de dizer que não pertence a nenhum partido político, apesar de ser um incansável militante.(...)


Carnaval Sem Catracas – Belo Horizonte

No último domingo (19), o Aglomerado da Serra, maior favela de Minas Gerais, recebeu os Blocos Pula Catraca + Seu vizinho.

Foto: Leandro Barbosa (História Incomum) / Jornalistas Livres

O carnaval na periferia vem para afirmar que esta faz parte da cidade e carrega em si toda a cultura que representa o Brasil de forma profunda.

Foto: Leandro Barbosa (História Incomum) / Jornalistas Livres

O carnaval no aglomerado mostra que a festa também pode ser um ato de resistência na luta pela mobilidade urbana.


Foto: Leandro Barbosa (História Incomum) / Jornalistas Livres
Como diz a jornalista Eliane Brum: “A tarifa é cara justamente porque a carne humana é barata”. Lutemos!

Foto: Leandro Barbosa (História Incomum) / Jornalistas Livres
Foto: Leandro Barbosa (História Incomum) / Jornalistas Livres

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O que está por trás do ataque ruralista à Imperatriz Leopoldinense

 O carnaval carioca atraiu para si o ódio que os indígenas sentem há décadas
 por Felipe Milanez — publicado 21/02/2017 09h52
Geraldo Magela / Agência Senado
Indígenas fazem protesto na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa da Câmara
 
Sonia Bone Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, escreve sobre o samba da Imperatriz Leopoldinense, que homenageia o Xingu, e os ataques dos ruralistas à escola.
Por Sonia Bone Guajajara*
Quando a escola de samba Imperatriz Leopoldinense divulgou em janeiro seu enredo de 2017, “Xingu, o clamor que vem da floresta”, um discurso de ódio emergiu da terra. Ataques raivosos aos cariocas, ao Rio e ao Carnaval, além do tradicional e triste racismo contra os povos indígenas, afloraram nas redes sociais e até em certos canais de televisão.
Quem está no ritmo de levar alegria ao Sambódromo levou um susto. Para o indígena, infelizmente isso não é novidade. Esta é somente mais uma face dos ataques consistentes desferidos sobre nosso modo de vida e nossos direitos conquistados na Constituição de 1988.
A lei suprema do Brasil assegura o direito originário dos povos indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Conhecida como “Constituição Cidadã”, é referência mundial no que diz respeito aos cuidados com o ambiente e com os direitos humanos.
Sob a sua inspiração, o Brasil assumiu importantes compromissos internacionais, sendo signatário, por exemplo, da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Declaração dos Povos Indígenas da ONU, e ganhou admiração internacional ao reconhecer mais de 110 milhões de hectares de terras indígenas (TIs).
Só que, desde sua promulgação, a Constituição sofre ataques intensos dos desgostosos, por meio de propostas de emendas constitucionais, como tiros desferidos incessantemente: PEC, PEC, PEC.
É o caso da PEC 215, escrita para transferir a atribuição de demarcar terras indígenas do Poder Executivo para o Legislativo, no qual a bancada ruralista ocupa hoje desproporcionais 40% das cadeiras. Imagine o que sobraria dos indígenas e da natureza.
Em 2017, outro ataque apareceu, e agora vindo da Presidência da República: uma portaria em 18 de janeiro, publicada pelo Ministério da Justiça do então ministro Alexandre de Moraes (esse que vai agora para o Supremo Tribunal Federal indicado pelo presidente Temer), instituiu um grupo para rever processos de demarcação de terras indígenas feitos pela já enfraquecida Funai.
O movimento indígena e o Ministério Público Federal reagiram, e a portaria foi revogada. Mas outra foi publicada em seu lugar, e a ameaça continua no ar, pois o grupo criado se mantém e decisões de natureza política podem prevalecer sobre conclusões técnicas.
Além disso, essa portaria abre espaço para uma série de medidas que atentam contra os direitos indígenas. A principal é a tese do “marco temporal”, que na prática significaria que só teríamos direito às terras ocupadas até outubro de 1988, a data da promulgação da Constituição – mesmo que tivéssemos sido expulsos delas com violência, como foi reconhecido oficialmente pelo Estado brasileiro no relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Ver matéria completa: Carta Capital.
Papa sugere que é melhor ser ateu do que católico hipócrita.

"É um escândalo dizer uma coisa e fazer outra. Isto é uma vida dupla", afirmou Francisco durante sermão da missa privada matinal em sua residência”



Em sermões improvisados, o papa já condenou abuso sexual de crianças por padres, o que chamou de "missa satânica"
PUBLICADO EM 23/02/17 - 17h55
ESTADÃO
O papa Francisco sugeriu nesta quinta-feira (23) que é melhor ser ateu do que católico hipócrita. A declaração, de improviso, foi feita durante sermão da missa privada matinal em sua residência.
O papa afirmou que há muitos católicos que dizem uma coisa, mas fazem outra. "É um escândalo dizer uma coisa e fazer outra. Isto é uma vida dupla", afirmou o pontífice.
"Existem aqueles que dizem 'sou muito católico, sempre vou à missa, pertenço a isto e a esta associação", disse. Segundo o papa, algumas dessas pessoas também pensam "minha vida não é cristã, eu não pago aos meus funcionários salários apropriados, eu exploro pessoas, eu faço negócios sujos, eu lavo dinheiro, (eu levo) uma vida dupla". "Há muitos católicos que são assim e eles causam escândalos. Quantas vezes todos ouvimos pessoas dizerem 'se esta pessoa é católica, é melhor ser ateu'."
Pouco após ser eleito, o papa afirmou que cristãos devem ser ateus como pessoas boas, se forem pessoas boas. Em sermões improvisados, papa Francisco já condenou abuso sexual de crianças por padres, dizendo que equivalia a uma "missa satânica". Também afirmou que católicos na máfia se excomungam. Pediu ainda a seus próprios cardeais para não agirem como "príncipes".  
Transcrito do  Jornal O Tempo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

PROTESTO : ÁREA DE SEGURANÇA

Policiais de 15 estados e DF fazem ato em frente ao Congresso contra mudanças na previdência
Perda do 'status' de profissão de risco levaria a fim de aposentadoria especial, dizem categorias. Reforma da Previdência tramita no Congresso e prevê idade mínima de 65 anos, no regime geral.

Por Vinicius Werneck, G1 DF
08/02/2017 16h35  
Policiais de diversos estados se reúnem em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, contra mudanças na previdência (Foto: Vinicius Werneck/G1)

Policiais de 15 estados e do Distrito Federal se reuniram na tarde desta quarta-feira (8) em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em um protesto contra trechos da proposta de Reforma da Previdência. Segundo os sindicatos, a proposta enviada pelo Executivo e em tramitação na Câmara dos Deputados coloca em risco a aposentadoria especial dos profissionais, porque acaba com o status de "atividade de risco".
Segundo a organização, cerca de 2,6 mil pessoas participavam do protesto até as 16h. A Polícia Militar do DF estimava 1 mil participantes, até o mesmo horário. A manifestação incluiu policiais federais, rodoviários, legislativos e civis, além de guardas municipais e agentes penitenciários.


De acordo com os organizadores, policiais das cinco regiões do Brasil compareceram ao ato, com comboios vindos de São Paulo, Amazonas, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia, entre outros estados. Desde o dia 6 de dezembro, quando a proposta de reforma foi apresentada pelo presidente Michel Temer e enviada ao Congresso, as categorias também fizeram protestos nas principais capitais.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, informou que o objetivo do protesto era pedir a retirada de um dos trechos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 – justamente o que retira a classificação de "atividade de risco" das categorias.
"[O ato é] Para demonstrar ao govermo que a reforma do jeito que está, retirando direitos do trabalhador da segurança pública, nao vai prosseguir se nao houver debate maior e se não houver a retirada deste dispositivo", declarou.
Durante o protesto, os policiais fizeram um minuto de silêncio para homenagear os colegas que morreram em serviço. O gramado do Congresso foi tomado por cruzes e lápides que simbolizavam as mortes.

"Esta homenagem aos policias mortos é uma demonstração para toda a sociedade que os policiais vivem permanentemente em atividade de risco e que por isso devem ter o tratamento diferenciado, ao menos, mantido."

Crise no Espirito santo

O ato também foi marcado por falas de apoio aos profissionais de segurança pública do Espírito Santo. O estado enfrenta uma crise no setor desde o início do mês, quando familiares de PMs decidiram paralisar as atividades dos militares. As categorias cobram melhores salários e condições de trabalho.
Para o presidente da Ordem dos Policiais do Brasil (OPB), Frederico França, o que acontece no Espírito Santo é uma "eclosão daquilo que já acontece no Brasil todo" por conta da falta de investimentos no setor.
"O sistema de segurança pública está falido. Precisa de investimentos pra ser realmente eficiente no serviço. Precisa investir no sistema e na qualificação do profissional", disse. 

Ver matéria completa no G1 noticias


PARA UNIR OS POVOS
Papa reitera apelo por 'pontes, não muros' após decreto anti-imigração.

Ele lembrou o dia de celebração de Santa Josefina Bakhita, uma escrava sudanesa do século 19 que, após imigrar para a Europa, se tornou freira
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Papa Francisco reitera apelo por "pontes, não muros" 



PUBLICADO EM 08/02/17 - 12h11

AGÊNCIA ESTADO
O papa Francisco repetiu nesta quarta-feira (8) seu apelo para que as pessoas construam pontes de entendimento, não muros, em resposta ao decreto anti-imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Embora não tenha se referido a Trump em seus comentários, ele notou que o dia de hoje marca tanto o dia da lembrança pelas jovens vítimas de tráfico de pessoas como o dia de celebração de Santa Josefina Bakhita, uma escrava sudanesa do século 19 que, após imigrar para a Europa, se tornou freira.
O Sudão é uma das sete nações de maioria muçulmana que foram incluídas na lista de países proibidos pelo veto temporário de Trump.

"No contexto social e civil, eu peço que não criemos muros mas pontes", afirmou. "Para não responder ao mal com mal. Para derrotar o mal com o bem, a ofensa com o perdão. Um cristão nunca deve dizer "você vai pagar por isso". Nunca."
O pontífice frequentemente invoca a expressão "pontes, não muros" para urgir os países a aceitar imigrantes, inclusive quando visitou a fronteira do México com os EUA. Na ocasião, ele foi questionado sobre a promessa de Donald Trump de construir um muro. Francisco afirmou que qualquer um que construir um muro "não é cristão .
Transcrito do jornal O Tempo.