A lama na vida das mulheres|
"Que neste 8 de março, não nos esqueçamos das mulheres que têm
diariamente seus direitos violados pelo poder econômico das mineradoras! Mais
do que flores, exigimos a reparação dos danos causados pela mineração."
08/03/2016
Por Beatriz Cerqueira*
Quando a lama chegou no município de Barra Longa,
já na madrugada do dia 6 de novembro de 2015, foi destruindo tudo o que estava
próximo do rio. As casas foram invadidas, os quintais desapareceram e com eles
foram as hortas, o espaço de lavar roupa e o sossego dos moradores. O quintal é
o lugar da convivência, o espaço comum, onde mulheres cultivavam suas plantas,
seus temperos. O impacto de se perder isso não é mensurado nos relatórios da empresa,
nem terá reparação.
A lama destruiu a terra que
acompanhou gerações. Ouvi de uma moradora de Ouro Preto: "acabou a terra
dos meus avós". Não há dinheiro ou reassentamento que devolva isso. A lama
está destruindo a identidade de território das comunidades. Descaracterizando o sentimento de pertencimento ao lugar.
De tudo o
que tenho acompanhado, desde que o crime foi cometido, vejo que as
mulheres são as que mais sofreram. A história da jovem que abortou na lama e a
da senhora com sua máquina de lavar demostram bem isso.
*Beatriz
Cerqueira é professora, coordenadora-geral do Sind-UTE MG e presidenta da CUT
Minas Gerais .
Créditos: Brasil
de Fato – ver reportagem na íntegra.
Crédito: Brasil de Fato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário