Em Curitiba, uma
professora foi perseguida por pais de alunos por se posicionar contra o
impeachment
por Rene Ruschel — publicado 24/03/2016
18h36, última modificação 25/03/2016 02h16
Reprodução / Facebook
Alunos realizaram manifestações em apoio à professora
De Curitiba
Curitiba, sede da Operação Lava Jato, vê-se às voltas com
um episódio de macarthismo verde amarelo. Uma professora de História dos
Movimentos Sociais do Século XX e História da América Latina, que prefere ter o
nome mantido no anonimato por temer pela segurança de sua família, foi
vilipendiada nas redes sociais por um grupo fechado de mais de 800 pessoas,
liderados por pais de alunos do Colégio Medianeira, da capital paranaense.
Tudo começou quando ela escreveu em sua página no Facebook que “hoje vi
crianças numa escola, vestindo preto e pedindo golpe. Desprezando a democracia
e exalando ódio (...) parece que não conseguimos escapar do que Marx profetizou
(...) que a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa”. A
reação foi como um rastilho de pólvora.
Centenas de pais de alunos cujos filhos manifestaram apoio “ao golpe”
contra a presidenta Dilma Rousseff entupiram as redes sociais chamando-a de “comunista descarada”. Pediam à direção do
colégio sua demissão alegando que “se minha filha aparecer em casa com alguma
idéia esquerdista vai dar confusão”.(...)
A professora usou
uma imagem do fascismo para ilustrar a postagem em que criticou a manifestação
dos alunos (Reprodução / Facebook)
“[Caso] esses professores ‘dinossauros’ ultrapassados continuem a
lecionar, vamos ter problemas!!!!’. Exaltados, afirmavam que “se eu pegar algum
texto comunista no caderno do meu filho eu vou rasgar e devolver rasgado”.
Segundo a assessoria de imprensa do colégio, a professora, que leciona
há 10 anos na instituição, sempre teve uma conduta exemplar. Pela natureza das
disciplinas ministradas, os temas debatidos em sala de aula incluíam questões
políticas e sociais como meio-ambiente, pobreza, comunismo, socialismo ou
capitalismo, sem que jamais tivessem aflorado qualquer radicalismo nos debate
entre os alunos.(...)
Ver matéria na íntegra.
CREDITO: Carta Capital
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