sábado, 26 de março de 2016

A intolerância política chegou às escolas


Em Curitiba, uma professora foi perseguida por pais de alunos por se posicionar contra o impeachment
por Rene Ruschel — publicado 24/03/2016 18h36, última modificação 25/03/2016 02h16

Reprodução / Facebook
Alunos realizaram manifestações em apoio à professora
De Curitiba
Curitiba, sede da Operação Lava Jato, vê-se às voltas com um episódio de macarthismo verde amarelo. Uma professora de História dos Movimentos Sociais do Século XX e História da América Latina, que prefere ter o nome mantido no anonimato por temer pela segurança de sua família, foi vilipendiada nas redes sociais por um grupo fechado de mais de 800 pessoas, liderados por pais de alunos do Colégio Medianeira, da capital paranaense.
Tudo começou quando ela escreveu em sua página no Facebook que “hoje vi crianças numa escola, vestindo preto e pedindo golpe. Desprezando a democracia e exalando ódio (...) parece que não conseguimos escapar do que Marx profetizou (...) que a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa”. A reação foi como um rastilho de pólvora.
Centenas de pais de alunos cujos filhos manifestaram apoio “ao golpe” contra a presidenta Dilma Rousseff entupiram as redes sociais chamando-a de comunista descarada”. Pediam à direção do colégio sua demissão alegando que “se minha filha aparecer em casa com alguma idéia esquerdista vai dar confusão”.(...)
A professora usou uma imagem do fascismo para ilustrar a postagem em que criticou a manifestação dos alunos (Reprodução / Facebook)
“[Caso] esses professores ‘dinossauros’ ultrapassados continuem a lecionar, vamos ter problemas!!!!’. Exaltados, afirmavam que “se eu pegar algum texto comunista no caderno do meu filho eu vou rasgar e devolver rasgado”.
Segundo a assessoria de imprensa do colégio, a professora, que leciona há 10 anos na instituição, sempre teve uma conduta exemplar. Pela natureza das disciplinas ministradas, os temas debatidos em sala de aula incluíam questões políticas e sociais como meio-ambiente, pobreza, comunismo, socialismo ou capitalismo, sem que jamais tivessem aflorado qualquer radicalismo nos debate entre os alunos.(...)
Ver  matéria na íntegra.
CREDITO: Carta Capital


Nenhum comentário:

Postar um comentário