Em
partida da Libertadores, Rogério Correia
foi intimidado por alguns torcedores insatisfeitos com o governo; petista
exaltou a história do Atlético para incentivar comportamento democrático entre
atleticanos que têm ideologias políticas distintas
Segurança
do estádio precisou intervir para proteger o deputado Rogério Correia
PUBLICADO EM 17/03/16 - 23h28
AILTON DO VALE
Em resposta aos que o hostilizaram na noite da
última quarta-feira (16), momentos antes do jogo entre Atlético e Colo-Colo
pela Libertadores, no Independência, o
deputado Rogério Correia (PT) divulgou um vídeo nesta quinta (17) pedindo para
que a torcida possa dar um exemplo ao Brasil, que vive intensa polarização
política, sobre tolerância e respeito às diferentes ideologias..
Apesar
do imbróglio com a torcida no estádio, Rogério Correia diz que recebeu
mensagens de solidariedade de diversos outros torcedores, principalmente,
daqueles que torcem pelo Galo.
CREDITO: Jornal O Tempo
Carta aberta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Creio nas
instituições democráticas, na relação independente e harmônica entre os Poderes
da República, conforme estabelecido na Constituição Federal.
Dos
membros do Poder Judiciário espero, como todos os brasileiros, isenção e
firmeza para distribuir a Justiça e garantir o cumprimento da lei e o
respeito inarredável ao estado de direito.
Creio
também nos critérios da impessoalidade, imparcialidade e equilíbrio que
norteiam os magistrados incumbidos desta nobre missão.
Por
acreditar nas instituições e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo
Tribunal Federal sempre que necessário, especialmente nestas últimas semanas,
para garantir direitos e prerrogativas que não me alcançam exclusivamente,
mas a cada cidadão e a toda a sociedade.
Nos oito
anos em que exerci a presidência da República, por decisão soberana do povo –
fonte primeira e insubstituível do exercício do poder nas democracias – tive
oportunidade de demonstrar apreço e respeito pelo Judiciário.
Não o fiz
apenas por palavras, mas mantendo uma relação cotidiana de respeito, diálogo e
cooperação; na prática, que é o critério mais justo da verdade.
Em meu
governo, quando o Supremo Tribunal Federal considerou-se afrontado pela
suspeita de que seu então presidente teria sido vítima de escuta telefônica,
não me perdi em considerações sobre a origem ou a veracidade das evidências
apresentadas.
Naquela ocasião,
apresentei de pleno a resposta que me pareceu adequada para preservar a
dignidade da Suprema Corte, e para que as suspeitas fossem livremente
investigadas e se chegasse, assim, à verdade dos fatos.
Agi
daquela forma não apenas porque teriam sido expostas a intimidade e as
opiniões dos interlocutores.
Agi por
respeito à instituição do Judiciário e porque me pareceu também a atitude
adequada diante das responsabilidades
que me haviam sido confiadas pelo povo brasileiro.
Nas
últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus
filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de
vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça.
Sob o
manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos
diretamente e legalmente interessados, foram praticado atos injustificáveis de
violência contra minha pessoa e de minha família.
Nesta
situação extrema, em que me foram subtraídos direitos fundamentais por agentes
do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais
teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se não fossem expostas
publicamente por uma decisão judicial que ofende a lei e o direito.
Não espero
que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições
pessoais e políticas.
Mas não me
conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas
pessoais, protegidas pelo Artigo 5o. da Constituição, tornem-se objeto de
juízos derrogatórios sobre meu caráter.
Não me
conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa
pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do
levantamento ilegal do sigilo das informações.
Não me
conformo que o juízo personalíssimo de valores se sobreponha ao direito.
Não tive
acesso a grandes estudos formais, como sabem os brasileiros. Não sou doutor,
letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do
errado; o justo do injusto.
Os tristes
e vergonhosos episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição
do Poder Judiciário. Nem me farão perder a esperança no discernimento, no
equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema Corte.
Justiça,
simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena
do estado de direito democrático.
CREDITO:Jornal O Tempo
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