“Artigo | O
prédio ocupado em chamas e escombros no dia do trabalhador.”
“Incêndio é crime produzido por uma política
excludente que gera desemprego, fome e miséria.”
Kelli Mafort*
Brasil de Fato | São Paulo (SP) - 1 de Maio de
2018 às 11:39
Desabamento
do prédio, localizado no Largo do Paissandu, onde viviam 150 pessoas / Corpo de
Bombeiros São Paulo / Divulgação.
“A notícia triste que rasgou a madrugada de 1° de maio de 2018, na
capital paulista, anunciou um brutal incêndio num prédio de 24 andares na
região central. Ali viviam cerca de 150 pessoas, que ocupavam o local, sendo
boa parte delas imigrantes. As chamas consumiram rapidamente o prédio que
desabou minutos depois.”
“Desde às 2h20 do Dia do
Trabalhador, a cidade mais rica do país convive de forma trágica com as
histórias destas pessoas, moradoras do prédio ocupado, a quem elas chamavam legitimamente de casa.
Elas certamente não fazem parte de uma história isolada, ao contrário, integram um contingente que só
cresce diante do agravamento da crise estrutural do capital que torna parte dos
seres humanos completamente desprezíveis e supérfluos. Pessoas que se deparam
com escolhas terríveis entre comer ou pagar o aluguel.”
“Algumas
autoridades vociferantes já saíram na dianteira, afirmando que aquela era uma
tragédia anunciada e que isso poderia ser evitado. O leitor de bom senso vai
concluir que tais autoridades devem estar se referindo a políticas públicas de
moradia popular, mas a realidade no estado de São Paulo tem mostrado um caminho
totalmente oposto: as reintegrações de posse, urbanas e rurais, com seus
despejos violentos por parte das polícias e mais nada.”
“Certamente
iremos ouvir nas próximas horas uma ladainha da grande mídia, culpabilizando os
próprios moradores que perderam absolutamente tudo, pela tragédia ocorrida, que
em verdade é um crime mesmo, cometido por uma política excludente que gera
desemprego, fome e miséria. Situação que só tem piorado nos duros anos de golpe
que estamos vivendo, cujas medidas mais duras, são contra as trabalhadoras e os
trabalhadores: liberação indeterminada da terceirização, ampliando processos de
precarização do trabalho; reforma trabalhista que solapou direitos
historicamente conquistados na luta; congelamento dos investimentos sociais por
20 anos; fim de políticas e programas sociais que afetam o acesso à moradia, à
terra e à alimentação.”(...)
*Kelli
Mafort é da direção Nacional do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem terra
(MST).
Edição:
Cecília Figueiredo
Ver matéria
completa no site abaixo:
https://www.brasildefato.com.br/2018/05/01/o-predio-ocupado-em-chamas-e-escombros-no-dia-do-trabalhador/
“Criminalização de ocupações pode justificar
despejos, dizem movimentos por moradia.”
“Após desabamento de prédio no centro da capital paulista, entidades
temem que vítimas sejam culpabilizadas.”
Rute Pina
Brasil de Fato | São Paulo (SP) - 1 de Maio de
2018 às 19:19
Prédio de
24 andares desabou após incêndio no Largo do Paissandu em São Paulo / Paulo
Pinto / Fotos Públicas
“Os movimentos populares de moradia da cidade de São Paulo (SP) temem
que a criminalização das ocupações abra precedente para uma série de ações de
despejo no centro da capital paulista.”
“As organizações se reuniram nesta terça-feira (1º) após o desabamento
do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandú, onde viviam cerca de
150 famílias. O incidente, que ocorreu após um incêndio durante a madrugada,
deixou pelo menos uma vítima e o Corpo de Bombeiros ainda procura por
desaparecidos entre os escombros.”
“Participaram do encontro a Frente de Luta por Moradia (FLM); a Central
dos Movimentos Populares (CMP); a Frente Povo Sem Medo; o Observatório das
Remoções, entre outros. As entidades, que se reuniram na Ocupação São João,
local próximo ao incêndio, se solidarizaram com as famílias e repudiaram
declarações do governador Márcio França (PSB).”
Após o incêndio durante a madrugada, França declarou que viver em
ocupações era “procurar encrenca” e que é preciso “convencer as pessoas a
não morar desse jeito”.
“Benedito Roberto Barbosa, advogado e membro da União dos Movimentos por
Moradia (UMM), pondera que, desde o desabamento do edifício, os órgãos públicos
culpabilizaram as vítimas e os veículos de comunicação comercial construíram
uma narrativa que pode justificar reintegração de posse na região.”
“Isso vai ter um impacto e a tentativa vai ser despejar as ocupações”,
alertou o coordenador da UMM. “O que existe de moradia foi muito pela ocupação
e luta dos movimentos. Isso não vai parar de forma alguma e a gente não vai
aceitar essa tentativa de culpabilização e criminalização dos movimentos, nós
queremos solução de moradias.”
Corpo de Bombeiros ainda trabalha no local. Paulo
Pinto / Fotos Públicas
“A
Prefeitura de São Paulo não tem um levantamento oficial e preciso da quantidade
de cortiços, moradias precárias e ocupações no centro da cidade. O
dirigente estima que existam mais de 80 ocupações de prédios na região
central da capital paulista.”
Mais cedo,
o ex-prefeito de São Paulo João Doria, candidato tucano ao governo, disse
que a "solução" é evitar novas
"invasões". Doria estava em Ribeirão Preto, interior do
estado, participando de uma feira ligada ao agronegócio. O ex-prefeito disse
ainda que "parte da invasão" teria sido feita por uma "facção
criminosa", mas não detalhou ou esclareceu a denúncia.”(...)
Parte das famílias estão acampadas no Largo do
Paissandú. Rovena Rosa / Agência Brasil
Edição: Juca Guimarães
Ver matéria completa no
site abaixo:
https://www.brasildefato.com.br/2018/05/01/criminalizacao-de-ocupacoes-pode-justificar-despejos-dizem-movimentos-por-moradia/
LULA LIVRE
"Ato 1º de Maio em São Paulo é marcado por protestos
e união histórica entre centrais".
“População ocupou a praça da República para prestigiar o dia de luta dos
trabalhadores e pedir a liberdade de Lula.”
Julianna Granjeia
Brasil de Fato | São Paulo (SP) - 1 de Maio de
2018 às 19:53
Pela
primeira vez, o evento foi organizado coletivamente pelas principais
centrais sindicais do país / Dino Santos/ CUT-SP
“O ato do 1º de Maio promovido por centrais sindicais na praça da
República, em São Paulo, foi marcado por protestos contra a prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e críticas à reforma
trabalhista aprovada em 2017. Pela primeira vez, o evento foi organizado
coletivamente pelos principais sindicatos do país: CUT (Central Única dos
Trabalhadores), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Intersindical, CSB (Central
dos Sindicatos Brasileiros) e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores).”
“Com as principais lideranças do PT no ato de Curitiba,
coube aos deputados da bancada de São Paulo marcarem presença no ato
político em nome do partido. Entre os presentes Luiz Marinho,
presidente do PT do Estado, o vereador Eduardo Suplicy, os deputados José
Américo Dias, Paulo Teixeira e Vicente Cândido. Manuela D'Ávila,
candidata à Presidência pelo PC do B, passou rapidamente pelo evento no início
da tarde antes de ir para Curitiba.”
“Em todas as regiões do Brasil, foram realizados atos unificados das
centrais sindicais. Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador, entre
outras cidades, protestaram contra a reforma trabalhista do governo golpista
do Michel Temer e pela liberdade do ex-presidente Lula. Atos
pró-Lula aconteceram também na Argentina, Chile, Venezuela, El Salvador e
Colômbia.”
“Em São Paulo, políticos e sindicalistas, além da população com cartazes
e camisetas, se manifestaram contra a prisão de Lula. "O
presidente Lula continua muito indignado, mas continua sereno. Ele tem
consciência de seu papel e transmite para nós todos os dias que a gente
mantenha a esperança. Esse primeiro de maio é o dia pra gente alimentar nossas
energias e continuar lutando pela certeza da vitória. Quero lembrar que os
direitos políticos do presidente Lula não foram cassados. Nós temos
que continuar nos mobilizando para pressionar para que o Supremo assuma sua
responsabilidade nesse momento porque o Lula representa a esperança",
afirmou Marinho, que é candidato ao governo de São Paulo pelo PT.” (...)
Edição: Juca Guimarães
https://www.brasildefato.com.br/2018/05/01
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