Em junho deste ano, o presidente Obama visitou a penitenciária de Robben Island 30.06.2013/Carolyn Kaster/AP
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"Christo Brand, um dos
principais carcereiros que Nelson Mandela teve na prisão de Robben Island, na
Cidade do Cabo, onde o ex-presidente passou 18 de seus 27 anos de detenção,
disse nesta sexta-feira (6) que Madiba "era meu prisioneiro, meu amigo e meu
pai".
"Quando foi
libertado, a prisão ficou vazia para mim", declarou à agência sul-africana
de notícias SAPA.
— Era como um pai
para mim. Quando eu tinha um problema, me dava conselhos. Era meu prisioneiro,
mas também meu pai!
Brand revelou ainda
que manteve uma relação de amizade com Mandela na prisão, mesmo não sendo
permitido, e que também manteve contato com Mandela após sua libertação.
— Não havia nenhuma
barreira de cor entre nós. Ele era um ser humano.
A luta contra o apartheid
Líder da luta dos
negros contra a segregação do apartheid, Nelson Mandela passou 27 anos de sua
vida detido. Solto em 1990, o preso político mais famoso do mundo se tornou,
quatro anos depois, o primeiro presidente negro democraticamente eleito de seu
país (1994-1999). Ele se aposentou ao fim de seu mandato para se dedicar à
proteção da infância e à luta contra a Aids, uma praga que assola a África do
Sul.
O Longo Caminho para a Liberdade (título de sua
autobiografia publicada em 1994) começou em 18 de julho de 1918, na aldeia de
Mvezo, no bantustão do Transkei (hoje Província do Cabo Oriental), onde nasce
no clã real dos Thembu, de etnia xhosa.
"Lutei contra a
dominação branca e lutei contra a dominação negra", dizia ele para resumir
sua longa luta pela liberdade.
Meu ideal mais caro
foi o de uma sociedade livre e democrática, na qual todos viveriam em harmonia
com chances iguais. Eu espero viver tempo bastante para conseguir isso. Mas, se
for necessário, é um ideal pelo qual eu estou disposto a morrer.
Do presídio de Robben
Island, onde passaria 18 anos, e das prisões de Pollsmoor e de Victor Verster,
Mandela inspira a Revolta das Townships (1976). Também é na prisão que ele é
alvo das aproximações secretas do governo branco, que antecederam as
negociações com o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês).
Solto em 11 de
fevereiro de 1990, o detento 46.664 (número que passa a simbolizar sua grande
campanha contra a Aids) reaparece frente às câmeras de todo o mundo ao lado de
sua segunda mulher, Winnie. Eles se separariam dois anos depois.
Triunfalmente eleito
nas eleições de 27 de abril de 1994, ele estabelece desde seu discurso de posse
a missão que guiaria sua Presidência. Convencido de que
a sociedade
sul-africana continuaria a trabalhar para fazer do país "um milagre",
ele prometeu: "Quando eu entrar
na eternidade, terei o sorriso nos lábios".
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O dia nasceu e as pessoas saíram de casa para o trabalho na capital,
Pretória, em Johannesburgo e na Cidade do Cabo, mas muitos ainda estavam em
choque pela morte do homem que foi um símbolo mundial da reconciliação
e da coexistência pacífica
Foto: 06.12.13/REUTERS/Siphiwe Sibeko
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