"O carnaval reflete historicamente o que a
sociedade vive", diz diretor da Tuiuti.
“Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Thiago Monteiro fala sobre
os temas polêmicos trazidos pela escola.”
Norma Odara
Brasil de Fato | São Paulo (SP)15 de
Fevereiro de 2018
O tema da
escola que desfilou no grupo especial do Rio de Janeiro foi a escravidão e as
mazelas sofridas pelo povo negro / Dhavid Normando | Riotur.
"As críticas sociais denunciais pela escola de samba Paraíso da
Tuiuti atrairam o público na Sapucaí e mostraram que o samba ainda é
reduto de resistências e lutas. O samba-enredo intitulado “Meu Deus, Meu Deus,
está extinto a escravidão?” retratou as atuais formas de trabalho escravo,
acentuados por medidas como a perda de direitos impostos pela reforma
trabalhista, que atingem, principalmente o povo negro."
" Uma das alegorias trouxe a figura de um “vampiro neoliberal” vestido com
a faixa presidencial, em referência ao presidente golpista Michel Temer,
do MDB, que “suga” os direitos dos trabalhadores e vende o patrimônio
brasileiro para estrangeiros."
"Outra ala que chamou atenção do público trouxe “manifestoches” vestidos
com o pato da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a
camiseta da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e panelas nas mãos. A
fantasia lembrou os manifestantes pró-impeachment da presidenta Dilma
Rousseff que foram apoiados pela Federação que tem Paulo Skaf à
frente."
"Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, o diretor de carnaval da
Tuituti, Thiago Monteiro, conta como foi o processo de escolha e criação do
enredo deste ano. “A repercussão na proporção que ela tomou chegou a
surpreender um pouco, mas quando a escola se propôs a fazer o enredo, ela sabia
que atingiria determinadas pessoas da sociedade, que [o tema] seria, no mínimo,
debatido. Então, isso nos traz muita alegria, porque eu acho que o objetivo foi
atingido, de, pelo menos, fazer o povo, a sociedade debater o assunto”, diz
Monteiro."(...)
https://www.brasildefato.com.br/2018/02/15/o-carnaval-reflete-historicamente-o-que-a-sociedade-vive-diz-diretor-da-tuiuti/
Vice campeã.
Vampiro da Tuiti com a faixa presidencial na Sapucaí durante
o carnaval e sem o adereço no Desfile das Campeãs, neste domingo (18) (Foto:
Marcos Serra Lima/G1)
"Historiador que representou 'vampiro
neo-liberalista' participou do Desfile das Campeãs, na Sapucaí, neste domingo
(18). Escola foi vice-campeã do carnaval carioca."
"Com
gritos de “é campeã” e “fora Temer”, a Paraíso do Tuiuti entrou na Sapucaí
comemorando o o vice-campeonato. O personagem icônico da escola, o vampiro
neo-liberalista, esteve novamente como destaque do desfile, mas, desta vez, sem a faixa presidencial.
O
carnavalesco da Tuiuti, Jack Vasconcelos, também se emocionou com o resultado:
“a ficha ainda não caiu”, disse ele.
Integrantes da escola também aproveitaram para se
manifestar durante o desfile com faixas de 'Fora Temer '."
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2018/noticia/assustador-diz-professor-que-representou-vampiro-neo-liberalista-na-sapucai-sobre-repercussao-apos-desfile
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2018/noticia/assustador-diz-professor-que-representou-vampiro-neo-liberalista-na-sapucai-sobre-repercussao-apos-desfile
Samba Enredo 2018 - Com Dinheiro Ou Sem Dinheiro, Eu
Brinco.
G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (RJ)
Chegou a hora de mudar
Erguer a bandeira do samba
Vem a luz à consciência
Que ilumina a resistência dessa gente bamba
Pergunte aos seus ancestrais
Dos antigos carnavais, nossa raça costumeira
Outrora marginalizado já usei cetim barato
Pra desfilar na Mangueira
A minha escola de vida é um botequim
Com garfo e prato eu faço meu tamborim
Firmo na palma da mão, cantando laiálaiá
Sou mestre-sala na arte de improvisar
Ôôô somos a voz do povo
Embarque nesse cordão
Pra ser feliz de novo
Vem como pode no meio da multidão
Não, não liga não!
Que a minha festa é sem pudor e sem pena
Volta a emoção
Pouco me importam o brilho e a renda
Vem pode chegar
Que a rua é nossa mas é por direito
Vem vadiar por opção, derrubar esse portão, resgatar
nosso respeito
O morro desnudo e sem vaidade
Sambando na cara da sociedade
Levanta o tapete e sacode a poeira
Pois ninguém vai calar a estação primeira
Se faltar fantasia alegria há de sobrar
Bate na lata pro povo sambar
Eu sou Mangueira meu senhor, não me leve a mal
Pecado é não brincar o carnaval!
“Bloco do MST arrasta centenas de foliões em Olinda
em defesa do Lula.”
“Ao lado dos bonecos gigantes de Che Guevara e Hugo Chávez, o boneco do
ex-presidente ganhou a simpatia dos foliões.”
Vanessa Gonzaga - Recife (PE) 13 de Fevereiro de 2018 às 13:04
O bloco
completa 18 anos em 2018 / PH Reinaux
“Toda segunda feira de carnaval, o Bloco do Movimento dos Trabalhadores
Rurais sem Terra (MST) sai às ruas. Esse ano o tema foi “Lula
Guerreiro do Povo Brasileiro” pelas ladeiras de Olinda (PE). Ao lado dos já
conhecidos bonecos gigantes de Che Guevara e Hugo Chávez, o boneco do
ex-presidente ganhou a simpatia dos foliões e dos que assistiam o bloco.”
“Essa é a 18ª edição do bloco, que existe desde 2000. Fora o bloco, uma
barraca montada pelo movimento no Polo Erasto Vasconcelos, no Fortim, vende
comidas, bebidas e tem música todos os dias. O tema desse ano decidido pelo
movimento é uma forma de movimentar a conjuntura política nos dias da folia. “O
bloco, como também a barraca são um espaço para reunir a militância e a cada
ano. A gente trabalha um tema que tem a ver com a conjuntura e o momento
político. Lula é efetivamente a liderança que tem condições de
construir no ano de 2018 a luta contra o golpe, por isso estamos esse ano
defendendo a democracia e o direito de Lula ser candidato”, afirma
Jaime Amorim, dirigente do movimento.”
Edição: Monyse Ravena
https://www.brasildefato.com.br/2018/02/13/1302-defendendo-lula-bloco-do-mst-arrasta-centena-de-folioes-em-olinda/
“Exemplo de luta e humanidade, Dom Pedro
Casaldáliga completa 90 anos de idade”.
"Poeta e profeta do povo, bispo emérito se tornou referência na luta
pelos direitos humanos no Araguaia (MT)".
Emilly Dulce
Brasil de Fato | São Paulo-16 de
Fevereiro de 2018 às 20:50
Dom Pedro
Casaldáliga completa 90 anos de vida e 50 como bispo do povo / Reprodução
"Por onde passei, plantei a cerca
farpada, plantei a queimada. Por onde passei, plantei a morte matada. Por
onde passei, matei a tribo calada,
a roça suada, a terra esperada… Por onde passei,
tendo tudo em lei, eu plantei o nada."
Confissão do Latifúndio
“Essa é
uma das poesias de protesto escrita pelo bispo Dom Pedro Casaldáliga. Os versos
rimam com a vida do militante cristão, que ficou conhecido pela defesa dos
direitos dos mais pobres na região de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso.”
Quem
conviveu com o missionário destaca a importância de sua luta pela vida, pelos
bens comuns e pela democracia, como é o caso de Antônio Canuto, membro
fundador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que viveu ao lado do bispo na
região amazônica. "Pedro é um homem de uma profunda sensibilidade humana,
por isso ele é um grande poeta e um grande profeta. Essa sensibilidade se
traduz em poesia, em denúncias e nas diversas formas de manifestar a sua
contrariedade às injustiças e todas as formas de exploração que existem."
“Pedro
Casaldáliga Plá nasceu catalão no ano de 1928, em uma aldeia há alguns
quilômetros de Barcelona. De família camponesa, desembarcou no Brasil em 1968 e
foi consagrado bispo em 1971, quando lançou sua Carta Pastoral Uma
Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social.
O texto ficou conhecido nacional e internacionalmente e marcou o perfil do
missionário como porta-voz de índios e agricultores, como destaca Antônio
Canuto”:
"O
grande diferencial foi dar visibilidade a uma situação amazônica que
praticamente era invisível. Ele mostrou para a Igreja e para a sociedade uma
realidade que no restante do Brasil não se conhecia. Ele foi assumindo
diretamente a defesa das pessoas mais atingidas pela violência daquela região,
que eram os índios, os posseiros e os peões", afirma.
“Hoje,
Dom Pedro Casaldáliga completa 90 anos de vida e 50 como bispo do povo. Ele foi
responsável por articular e fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e
a CPT, como uma forma de tratar assuntos sociais e políticos no universo da
Igreja Católica.”(...)
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