O deus hindu shiva executando a dança da Criação, tendo
ao fundo as instalações do LCH, fronteira da França com a Suiça.
Deus ressuscitou. Nietzsche tinha afirmado em 1882, em “A Gaia Ciência”,
que Ele esticara as canelas, e desde então a sentença Gott ist tot! - Deus está
morto! - converteu-se ao mesmo tempo na certidão de óbito da Idade da Fé e na
declaração de autonomia da ciência laica. Só que Ele acaba de ressuscitar. E
não por força de algum milagre ou arrebatamento místico, mas pelas mesmas mãos
que O sepultaram: as dos cientistas.
O fato ocorreu – na
verdade, está ocorrendo – numa catedral enterrada 175 metros debaixo do chão,
na fronteira da Suíça com a França. A igreja subterrânea tem a forma de um
túnel circular de 27 km, custou quase 10 bilhões de euros, mais de 100 países
participaram da sua construção e foi inaugurada em 2008. Ou melhor, foi
colocada em funcionamento.
.
. OK, não se coloca uma
catedral em funcionamento, você nunca ouviu falar dela e, se ouviu, sabe que
não é uma catedral, mas o maior acelerador de partículas do mundo: o Large
Hadron Collider (LHC) ou Grande Colisor de Hádrons. O LHC é a coisa mais cara e
complexa que o ser humano já construiu e um de seus objetivos é descobrir o que
aconteceu imediatamente após o Big Bang, a grande explosão que deu origem ao
Universo, 14 bilhões de anos atrás. E foi preciso construir o LHC porque os
outros aceleradores de partículas são menos potentes e só conseguem revelar o
que ocorreu milionésimos de segundo depois do Big Bang – e fatos essenciais
para explicar o Cosmos aconteceram antes disso, ou seja, bilionésimos de
segundo após o BUUUMMM! (...)
créditos; Marco Antonio Beck - crônicas Carnívoras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário