Candidata do PSB á Presidência da República foi entrevistada por Chico Pinheiro, Ana Paula Araújo e Miriam Leitão.(ver site Bom Dia Brasil – Edição do dia 25/09/2014)
Beto Albuquerque22
de Setembro de 2014 . 13:18
Beto: @silva_marina e eu não mexeremos uma vírgula nos direitos
dos trabalhadores. Quem diz isso, mente.
“Chico Pinheiro: Olá,
candidata.(...)"
"Marina Silva: Obrigada
por estar com vocês."
"Chico Pinheiro: Essa
entrevista começa a contar a partir
de agora o tempo da entrevista. " E quem vai começá-la é a
nossa colega Miriam Leitão, com a primeira
pergunta.
Miriam Leitão: Candidata Marina, a senhora falou em
atualizar a legislação trabalhista e disse que não vai mudar a CLT, mas s ó... apenas a referência a essa mudança na legislação trabalhista já assusta os trabalhadores,
naturalmente. E o que a senhora vai
mudar e como vai mudar?
Marina Silva: Quando se fala em atualização,
é exatamente para manter os direitos já
conquistados e ampliar aqueles que os trabalhadores
ainda precisam conquistar. Por exemplo, hoje, nós temos cerca de 20 milhões de brasileiros que estão n a informalidade. E nós estamos assumindo o
compromisso de fazer um esforço para que se tenha meios para que essas pessoas possam vir para o mercado formal de trabalho.(...)
Miriam Leitão: Não é simples, né, candidata? Como é
que faz essa formalização? Porque esse é um velho problema do Brasil.
Marina Silva: Exato, não é simples, mas nós não
podemos partir o princípio
de que essas pessoas devam ficar condenadas para o resto da vida a ficar na informalidade, inclusive, com seus direitos precarizados em relação à Previdência.” (...)
“Miriam Leitão: Então a senhora prefere não mexer na CLT? É isso?
Marina Silva: Nós
não vamos mexer na CLT. Nós queremos fazer uma atualização para que direitos possam ser ampliados e para que aqueles aspectos que ainda não estão sendo cumpridos adequadamente possam ser
cumpridos.”(...)
(... )“Ana Paula Araújo:
Candidata, ainda cobrando uma definição melhor das
suas propostas, é um consenso entre todos que o Brasil tem uma carga tributária muito alta.
Isso torna a ossa indústria pouco competitiva com relação a outros países. A senhora tem dito que quer promover um desmame da indústria revendo desonerações de impostos, mas entre essas
reduções de impostos tem o IPI para os carros, tem
também a desoneração da folha
de
pagamento. Afinal, que medidas
exatamente a senhora quer rever?
Marina Silva: Nós sabemos que há a necessidade de incentivos para que a indústria e o
emprego possam ser protegidos. Isso aconteceu a partir de
2008, naquele momento de fragilidade. O problema é que a continuação do remédio, mesmo quando o paciente
já deveria ir se preparando para ter autonomia, cria uma situação de dependência. A atitude do governo em não exigir nenhuma
contrapartida, principalmente da indústria automobilística, faz com que no Brasil esses benefícios aconteçam sem que a
indústria automobilística se preocupe em melhorar a qualidade dos seus
equipamentos, de diminuir emissão de CO2, de diminuir a poluição.
Nos Estados Unidos, isso foi feito
também, só que foi feito com contrapartida. O que nós falamos foi que nós
queríamos qualificar melhor esses incentivos. Qualificar no sentido de que
possam ter contrapartida e de que possa
se ter um diálogo, envolvendo também a indústria automobilística. As saídas
para o transporte público de qualidade, por exemplo, não pode se r uma ação só
do governo federal com a sociedade. As
empresas poderiam também participar desse
processo e contribuir com novas formas de atender adequadamente a população com transporte coletivo.”(...)
“Marina Silva: Que as duas coisas não são incompatíveis, Miriam. Eu tenho insistido que é
fundamental juntar economia e ecologia. É uma parte muito pequena do agronegócio que tem essa visão, que é mais uma visão
política e ideológica, de que para o agronegócio ser próspero é preciso negligenciar
meio ambiente.
É possível aumenta r
a produção por ganho
de produtividade. O Brasil...
Miriam Leitão: Mas sempre haverá conflitos.
Marina Silva: Mas o conflito...
Miriam Leitão: Sempre haverá pontos de divergência.
Marina Silva: O conflito é para ser manejado. Não sei se vocês viram uma matéria que saiu recentemente dizendo que as chuvas do Sul, do Sudeste e de parte do Centro-Oeste elas se dão
em função da Amazônia. A destruição da Amazônia
significa a ameaça
de transforma em deserto as regiões mais
prósperas do agronegócio. Então é interesse do próprio agronegócio moderno, das pessoas que querem
aumentar a produção por ganho de produtividade, que a gente não fique neste
dilema. Não há esse dilema para produzir
e proteger. As duas coisas
são inteiramente possíveis.
Ana Paula Araújo: Mas candidata...
Marina Silva: Hoje nós podemos aumentar a produção
por ganho de produtividade. De 1973 para cá o Brasil teve um aumento de
produtividade de mais de 200%, com a expansão de área de apenas 31%. Isso significa que nós já somos campeões em aumentar a produção por ganho
de produtividade. Isso significa a utilização
de menos áreas, utilização de menos recursos.
Miriam Leitão: Graças à revolução agrícola, da
Embrapa.” (...)
(...) “Marina Silva: As pessoas que não se deixam emocionar, essas, sim, podem ser muito fracas.
Ana Paula Araújo: Agora, candidata, a senhora já
esteve melhor nas pesquisas eleitorais. A senhora sempre diz que tem p ouco
tempo na propaganda eleitoral, mas a gente
sabe que campanha eleitoral não é só tempo de televisão. Minha pergunta é: a senhora acha que nesse momento da campanha
está
tendo dificuldade de convencer o eleitor da
consistência da sua candidatura?
Marina Silva: A
minha candidatura é muito consistente. Você já imaginou o que é perder um companheiro de chapa em um acidente
trágico? Você que já tinha
se colocado no
lugar de vice, assumir uma eleição em dois meses, fazer tudo que tivemos que fazer com partidos pequenos, começar tudo do zero, inclusive, toneladas de material
que a gente tinha feito de Eduardo e Marina, a gente
teve que descartar todo esse material. Até agora, na maioria dos estados, nem chegou o
nosso material. Nós estamos com dois minutos de televisa o e não temos
as estruturas que os nossos
concorrentes têm, nem o poder de vocalização que eles
têm e, mesmo assim,
nós estamos aonde estamos. Eu só tenho a agradecer a capacidade do povo
brasileiro...(...)
Ver entrevista na íntegra no site do Bom Dia Brasil.
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