domingo, 17 de agosto de 2014

Entrevista de Eduardo Campos candidato do PSB à Presidência da República, no Jornal Nacional. Edição do dia 12/08/2014.



Edição do dia 12/08/2014

“O  Jornal  Nacional    dá  sequência,  hoje,  à   série   de     entrevistas    com     os   principais   candidatos   à   Presidência,  em    que   nós    abordamos     questões    polêmicas    das  candidaturas   e   o desempenho deles  em  cargos  públicos. (...)
O tempo  total  da  entrevista de  hoje  é  de 15 minutos, do quais nós reservamos o último minuto e meio para que o candidato fale resumidamente sobre os projetos  que  ele  considera  prioritários se for eleito.
O sorteio acompanhado por assessores dos  partidos  determinou  para  a  hoje  a presença do candidato do PSB, Eduardo Campos.”

“Patrícia Poeta: Boa noite, candidato.
Eduardo Campos: Boa noite, Patrícia. Boa noite, Bonner. Boa  noite  a todos que estão nos assistindo.
Patrícia Poeta:  Então  o    tempo   começa   a   ser   contado  a   partir   de   agora. Candidato, vamos  começar  a  entrevista  com  a  lista  de alguma promessas que o senhor já fez, eu anotei   algumas delas: escola em  tempo  integral, passe   livre para estudantes do ensino  público, aumento  dos investimentos  em  saúde  para  10%  das  receitas    da   União, manutenção  do  poder  de   compra    do   salário mínimo e multiplicar por  10   o   orçamento  da   segurança. Tudo   isso   significa  aumento  dos  gastos  públicos. Mas  o  senhor também promete baixar a inflação atual    para  4%  em   2016, chegando     até   3%   até   2019. E    isso,  segundo    economistas,    exige    cortar   pesadamente    gastos   públicos. Ou   seja,  essas  promessas  se chocam,  se   batem.  Qual   delas   o  senhor   não   vai   cumprir?

Eduardo Campos: Patrícia, na  verdade, só  há  uma promessa, que  é  melhorar  a  vida  do  povo  brasileiro. A sociedade brasileira tem apresentado  na   internet, nas          ruas,     uma    nova   pauta, que    é     a   pauta   da   educação,   da    melhoria   da     assistência    da   saúde, que   está   um  horror   no    país,  a  violência que  cresce  nos quatro cantos do  país. Nós  temos  que dar  conta  d e   melhorar   a  qualidade   de  vida   nas   cidades     onde    a    mobilidade  também  é  um   grave   problema. E  tudo  isso  em  quatro anos.  Nós estamos fazendo um programa  de   governo, ouvindo  técnicos, a  universidade, gente que  já  participou  de  governo. E  é  possível, sim. Nós  estamos  fazendo  conta,  tem  orçamento. Eu imagino que muitas vezes as pessoas  dizem  assim: ‘Houve  uma  reunião  do  Copom hoje  e aumentou  0,5%  os  juros’. E  ninguém  pergunta   da  onde  vem esse  dinheiro. E  0,5%  na   Taxa  Selic   significa  14 bi. O passe  livre, que  é  um  compromisso  nosso  com os  estudantes, custa menos  do  que   isso. Então, nós  estamos  fazendo  contas para, com  planejamento, em   quatro  anos trazer inflação para o centro da  meta, fazer  o  Brasil  voltar a crescer, que esse é outro     grave    problema,  o  Brasil   parou. E    o    crescimento     também   vai abrir   espaço    fiscal.  Tudo  isso     com   responsabilidade    na   condução macroeconômica.  Banco  Central  com  independência, Conselho  Nacional    de    Responsabilidade   Fiscal,   gente   séria   e    competente   governando.  Fazendo    a  união   dos  competentes, dos    bons, o  Brasil  pode  ir   muito   mais  longe.

Patrícia Poeta: Agora, candidato, o senhor então está querendo dizer que pretende deixar de gastar aqui, para  gastar ali. Mas  isso  não   significa,  necessariamente, cortes    pesados.   Não  são  cortes. Então, os   economistas   dizem   que   para combater a inflação seria necessário isso: cortes severos mesmo. Como  é  que  o  senhor pretende  fazer  isso?



Eduardo Campos: Olha,  a  inflação não  pode  ser  combatida s ó  com a  taxa  de  juros, como  vem  sendo  feita   no  país. É    preciso  ter  coordenação   entre   a  política  macroeconômica  monetária,  a  política  fiscal, mas  é  preciso   também ter   regras  seguras.  As  regras  que    mudam  a   todo   dia   no    Brasil   muitas  vezes fazem com  que  o  preço  do  dinheiro  suba, o  chamado  Custo  Brasil.  A   falta   de   logística   que     encarece  o  produto  que  vem  do mundo    rural , da   própria    indústria,  a    falta   de   ferrovia,   de  rodovia,  que    o   Jornal  Nacional   mostra   tantas  vezes   aqui, de  portos, encarece     o   país.  Então,  o  Brasil    precisa    enfrentar   a   inflação, porque   ela      está   corroendo    o   salário.  As    pessoas   estão    percebendo,  quem    está   nos   assistindo    tem percebido que o   salário  não  dá para  o    mês   inteiro.  Os    aposentados,   os    assalariados, os   que   vivem  por     conta   própria   do   seu    esforço percebem.   O compromisso um com o centro da meta da inflação e a retomada do crescimento.

Patrícia Poeta: Então, o senhor não acha que seria justo dizer para o eleitor que o próximo ano será um ano difícil, duro, com remédios mais amargos?


Eduardo Campos: É, o  ano  difícil   está  sendo  já   esse, Patrícia.   Porque    a gente vai ter um crescimento de -1%. O Brasil está perdendo...

Patrícia Poeta: Sem aumento da tarifa.


Eduardo Campos: É, o   Brasil  perdeu  de  7 a 1 dentro  do  campo  de  futebol,  na Copa, e  está    perdendo  também de 7  a  1  fora  do  campo. Porque   é  sete  de inflação, com a presidenta guardando na   gaveta  dela, para  depois da  eleição o aumento da energia e o aumento do combustível, mesmo assim, com menos  de um de crescimento.


Patrícia Poeta: Mas vai ser um ano difícil, o próximo ano, candidato?

Eduardo Campos: 
Eu   acho   que  vai   ser   um   ano  que   nós  vamos  terminar melhor  do  que  o  ano  de   2014. Porque   nós   vamos enfrentar  os   problemas. A pior coisa na vida de  uma  pessoa, de  uma  família e  de um governo é  a gente ficar escondendo os problemas  e  não  tendo  coragem  e  humildade de dizer:  ‘Ó, estamos com problemas. Vamos  resolver  o  problema?’. Nós  estamos  com  um   problema, por   exemplo, na  questão  da   energia. Não   seria muito melhor dizer: ‘Ó, choveu menos do que deveria, não  investimos  tanto’. Por que  a  gente    não  criar  todo   um   esforço  de    eficiência   energética, como   a  Europa  está fazendo? Premiar quem faz as mesmas coisas,  seja na indústria, no comércio, em casa, com menos energia.

William Bonner: Vamos   mudar de assunto. O  senhor  se   articulou  com  o   ex-presidente  Lula   e  com   partidos  políticos  para  eleger  a   sua   mãe, a    então  deputada   federal   Ana  Arraes,  ministra   do  Tribunal  de  Contas  da  União.  O senhor considera isso ético? Não foi uma forma de nepotismo?
Eduardo Campos: 
Veja, Bonner, se   a  nomeação   fosse   minha,  se dependesse  da  minha  nomeação   enquanto governador, seria nepotismo, e eu quero te dizer que eu fui  o  primeiro  governador  a  fazer  a l ei  do    nepotismo   no  estado  de Pernambuco. Ela, Ana, era funcionária pública de carreira por concurso da Justiça, elegeu-se      deputada    por   duas    vezes,   com     votações    crescentes,   fez mandatos   respeitáveis.  A    Câmara   Fo i  chamada  a  eleger  um  parlamentar  para   uma   vaga   no  Tribunal  de  Contas,  ela se candidatou, outros   deputados   se    candidataram,  como   o      ex-presidente   da   Câmara   Aldo   Rebelo.  Ela  disputou  uma  eleição  com  vários  deputados, ela   foi   a    única   mulher    que  ganhou  no  voto, com  a  votação  muito  grande, e foi ser ministra e tem  feito um  trabalho  como  ministra  do  Tribunal  de  Contas  que  todos  reconhecem  como  trabalho  digno, sério.

William Bonner:  
Certo, mas  o  que eu  estou  colocando em questão não  são os méritos da  sua mãe, não se  trata  disso, a  questão é:   o     senhor  ter    usado  o  seu  prestígio, o  seu  poder  para  se empenhar   pessoalmente   num    trabalho  de  catequese, numa campanha  para  que um  parente seu  ocupasse  um  cargo público e vitalício. O senhor acha  que  isso  foi  um bom exemplo  para  o  país?
Eduardo Campos: Olha, na    hora  que Ela   saiu  candidata  com   apoio  do  meu  partido, se  fosse  uma  outra  pessoa, eu teria apoiado. Por  que  eu  não  apoiaria  ela    que   tinha   todos   os    predicados, tanto    é  que   pode   registrar    a    sua  candidatura, pode fazer  a   disputa. Eu   nem  votei, Bonner, porque   eu  não  era deputado.Eu,simplesmente, torci  na hora em  que  ela   se  candidatou  para   que  ela ganhasse e   ela  tem feito um trabalho  no Tribunal   de   Contas  que    tem   o reconhecimento, inclusive, do  corpo  técnico   do Tribunal.
William Bonner: 
O  seu  empenho  pessoal, o  senhor  não   vê   nada   de   errado  no  seu  empenho  pessoal  nesta  eleição?
Eduardo Campos: 
Não.
William Bonner: 
Ok.
Patrícia Poeta: 
Ainda  nesse  ponto, candidato, o  senhor  indicou  um primo  seu  e  um primo  da  sua  mulher para   trabalhar  no TCE, que  é  o  órgão   responsável  por    fiscalizar   as  contas   do  estado, quando   o  senhor   era   governador   de Pernambuco. Como  é  que  fica  a   isenção   nisso?
Eduardo Campos: 
Na    verdade, ele foi  desembargador  eleitoral,   tinha  eles   se          candidataram  na       Assembleia Legislativa   em   vagas   que   eram   próprias   da    Assembleia Legislativa. Um   deles   e   um   outro   foi   indicado, como todos  os  predicados   jurídicos  para  fazer   exatamente  esse  pleito e  foi  votado  pela Assembleia Legislativa.
Patrícia Poeta: 
Mas  foram  indicados  pelo  senhor?
Eduardo Campos: 
Não. O  Marcos  Loreto...
Patrícia Poeta: 
Para  julgar  suas  contas.
Eduardo Campos: 
Não,  para    julgar    minhas  contas, não. Eles  foram indicados para   vaga  no   Tribunal  de Contas. Um   pela     Assembleia    Legislativa,  não      há    nenhuma    indicação,  a   vaga    é   da    Assembleia,  pessoas    podiam   se  candidatar  e  ele  não  estava impedido por  lei  de  se candidatar. E, um  outro, que foi   indicado  na  vaga   do   Executivo    respeitando  a  legislação  em  vigor.
Patrícia Poeta: 
Então, o  senhor, não  vê conflito  nisso. Se  o  senhor fosse    eleito    presidente     hoje,   o     senhor    manteria    esse    comportamento   no   governo   federal, sem   dúvidas?
Eduardo Campos: 
Não, eu  acho  que  a   gente   precisa, na   verdade,  sobretudo agora que vamos ter cinco vagas  no  Supremo Tribuna l Federal, o  Brasil  precisa fazer  uma  espécie  de  comitê  de   busca, o  que  é  feito   para  os  institutos  de  pesquisa, juntar   notórias, pessoas  com  notória  especialidade  e  conhecimento para  fazer  ao  lado  do  presidente  a  seleção  de  pessoas  que  vão para esses lugares    vitalícios.  Aliás, eu   acho   que   o  Brasil   deve   fazer    uma    reforma    constitucional   para    acabar    com   esses   cargos     vitalícios     que     ainda   existem   na   Justiça, é   preciso  ter  os mandatos  também no Poder Judiciário, coisa   que   existe   em   outras   nações  do   mundo, de   maneira    a   oxigenar  os  tribunais  e  garantir   que   esse  processo  de   escolha   seja   um   processo  mais   impessoal.
William Bonner:  Claro,  candidato. Mas eu acho que é preciso ser um pouco mais  específico  sobre  a  contradição a que eu me  referi. Vamos falar  da  reforma, da votação  do  Código Florestal. Assunto  importantíssimo. Na  votação  do  Código  Florestal, o    seu    partido   aprovou, quase   que    por  unanimidade. E  o   grupo  político    de   Marina   Silva   teve  uma   posição  rigorosamente   oposta.  Marina chegou  a   dizer   que  o   Código   Florestal   representava   um retrocesso  de 20  anos. A  questão  é: como é que o eleitor pode se convencer  da   coesão   da  sua  chapa, se os dois candidatos têm visões  tão  opostas, tão   antagônicas  em   relação  a   esse assunto?
Eduardo Campos  Absolutamente. Nós  temos  uma   visão,  uma aliança,que não é feita em cima da minha opinião,da  opinião de Marina. Em cima  de  um programa, de  um    programa   que       tem    a   participação     da   academia   brasileira, de    diversos   estudiosos,  cientistas,   militantes   do  movimento social, que têm nos ajudado a construir um programa, que vai ser  lançado   nos próximos dias, exatamente para não ter uma coisa de uma aliança  pessoal, uma  aliança de  personalidades, mas   uma aliança de pensamentos.
William Bonner: Mas eu apresentei um caso  concreto, em  que  houve  posições bem diferentes. Um dos dois lados cedeu em relação a esse assunto para chegar a um consenso?
Eduardo Campos: Neste caso, em particular, eu defendi  as  posições  de   Marina. Na nossa bancada, ela rachou, na    verdade. Teve muita gente que  era  ligado   a  estados  onde    o   agronegócio   tinha   mais    expressão  que  não votou  com  a orientação     partidária, mas    eu  defendi a  posição   que   foi   representada  por   Marina.
William Bonner: Só   dois   votos   do   seu      partido    foram       contrários.
Eduardo Campos: Exatamente. E   eu me  coloquei   solidário  à  posição  dela.
Patrícia Poeta: Ainda    sobre   coerência. O   senhor   e     o  seu    partido     foram    colaboradores   próximos   do   então   presidente Lula.  O    senhor,  inclusive, Foi    ministro    em   2005     do   governo   dele, exatamente  quando   o   escândalo  do Mensalão veio a público e o senhor não deixou  o  cargo. O  senhor  só se afastou do governo Dilma  quase  três  anos  de  um mandato de quatro anos. Foi  no  fim  do   ano  passado. O  que   o    senhor   diria   aos   críticos  que   afirmam   que   o   senhor   abandonou    todos   esses   anos    de   colaboração   a  Lula    e    Dilma  pela ambição de ser presidente da República?
Eduardo Campos: Não  se  trata  de   ambição. Se   trata  de  um  direito, numa   democracia     qualquer     partido    pode    lançar     um     candidato,    pode  divergir.  Porque você apoiou, você não está condenado a apoiar quando você já não   acredita, quando  você  já  não  vê, não  se  representa  naquele   governo.
Patrícia Poeta: Mas o senhor levou quase três anos de um mandato de quatro para  sair   do  governo, para deixar  de  apoiá-lo, não   é  tempo  demais?
Eduardo Campos: Se   você f or   ver, isso   aconteceu   antes. Já   em   2012,  nas  eleições  de  2012, nós  já  enfrentamos   o   PT   em   várias cidades, inclusive  no    Recife. Quando  a  presidenta  apoiou   o Renan e o PMDB  para Câmara, Renan para o Senado, o PSB  já  apoiou    outros  candidatos. Nós    já    vínhamos   num  processo  de afastamento  claro  do  governo. Por quê? Porque esse governo é  o único governo  que   vai  entregar o Brasil  pior do que recebeu. Nós  vamos  estar  pior na economia, pior na  questão da violência, pior  na  logística, pior  na  relação externa com  o  resto  do  mundo. Ou   seja, e   aí  nós  estamos   oferecendo  um caminho  para   que  o  Brasil volte  a  crescer.
Patrícia Poeta: Mas o  senhor apoiou durante  mais  de 10 anos  esse governo. O  que  aconteceu  neste  meio   do   caminho?
Eduardo Campos: O que aconteceu é que  aquilo  que  foi  prometido, que o Brasil ia corrigir  os  erros e  aprofundar as mudanças, não  aconteceu. Tantas    pessoas  que     votaram  na   Dilma   e   se    frustraram,  tantas   pessoas   que  estão   nos assistindo que viram agora um governo que valoriza no seu centro a velha política, um    governo    que   deixou  a  inflação    voltar, um  governo  que   está  fazendo  derreter  os empregos. Agora, o  que  o  povo  quer   é alguém que dê solução a isso. E     eu  e   Marina  entendemos que    para   dar   solução   a   isso    é  fundamental   um   novo caminho. Porque PSDB e PT há vinte anos governam o  país. Se a gente quer  chegar  a  um  novo lugar, a   gente  não  pode   ir    pelos mesmos caminhos.
William Bonner:  Candidato, chegou   aquele  momento  em   que   o senhor agora se dirige ao  eleitor  para  expor   aqueles   projetos   que   o   senhor   consideraria prioritários caso eleito.
Eduardo Campos: Eu queria ter a  oportunidade  de   falar  com  você   de   todo Brasil. Eu   governei  o     estado  de   Pernambuco  por   duas    vezes.    Fui   reeleito  com 83%  dos  votos   e  deixei  o  governo  com mais  de    90%  de  aprovação.   Governei    com   pouco, porque      governei  um   estado     do  Nordeste   brasileiro  com  muita   pobreza, e    botei  o   foco   naqueles   que mais precisam. Então, aprendi  a  fazer mais  com    menos. Agora,  ao   lado   da   Marina   Silva, eu    quero representar  a   sua  indignação, o  seu  sonho, o  seu  desejo  de  ter  um  Brasil melhor. Não   vamos  desistir  do   Brasil. É  aqui   onde  nós vamos criar  nossos filhos, é  aqui onde nós temos que criar uma     sociedade   mais    justa. Para   isso, é  preciso   ter    a  coragem    de   mudar, de   fazer  diferente, de   reunir   uma agenda. É essa agenda que nos reúne, a agenda  da  escola  em  tempo integral para todos os  brasileiros,   a  agenda  do   passe  livre,  a    agenda  de   mais recursos   para   a   saúde,    a agenda  do  enfrentamento  do   crack, da  violência...
Patricia Poeta: Ok.
Eduardo Campos:  O   Brasil   tem   jeito.  Vamos    juntos.  Eu   peço  teu  voto.
Patricia Poeta: Acabou   o  tempo, candidato. Obrigada  pela   sua participação.”













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