Período de frio e seca
pode ter gerado falta de alimentos e invasões de povos vizinhos, que acabaram
destruindo civilizações do Mediterrâneo
Lagos salgados do
Chipre, região onde foi realizado o estudo. Evidências mostram que o local já
foi um porto, que ficava no centro das rotas comerciais da região (Geological Survey
of Belgium/ David Kaniewski)
Um período frio e seco que durou
centenas de anos pode ter sido o responsável pelo colapso de civilizações do
Mediterrâneo no século 13 a.C., afirmaram cientistas franceses. Diversas
civilizações se formaram na região do Mediterrâneo Oriental, se estendendo por
territórios que hoje correspondem a países como Egito, Grécia, Chipre, Síria,
Turquia e Israel. Até que, no final da Idade do Bronze, por volta de 1.200
a.C., elas entraram em colapso e desapareceram.
Resultado:” Um período frio e seco que durou 300 anos pode ter sido o responsável pelo colapso civilizações do Mediterrâneo no século 13 a.C.
Resultado:” Um período frio e seco que durou 300 anos pode ter sido o responsável pelo colapso civilizações do Mediterrâneo no século 13 a.C.
As razões para essa queda ainda são muito discutidas entre os pesquisadores, e teorias sobre guerras e
fatores econômicos já foram levantadas. Porém, nos últimos anos, novos estudos
têm indicado que fatores naturais podem ter sido responsáveis pelo
acontecimento, esgotando a agricultura, provocando fome e forçando os povos a
guerrearem.
Em um estudo publicado no periódico Plos One, os
pesquisadores analisaram 84 amostras de grãos de pólen derivados de sedimentos
de um complexo de lagos antigos em
Larnaca, no Chipre, para descobrir as mudanças ambientais que originaram a
crise.
Liderados por David Kaniewski,
pesquisador da Universidade Paul Sabatier, em Toulouse, na França, eles
descobriram evidências de um período de frio e seca que teve início cerca de
3.200 anos atrás e durou três séculos.
Análises de isótopos de carbono e das
espécies vegetais do local mostraram que o complexo de lagos havia sido antes
um porto, que ficava no centro das rotas comerciais da região, e foi secando
gradualmente até se tornar um lago salgado. Em virtude disso, as plantações
morreram, o que gerou fome na região e invasões de povos vizinhos — o que teria
levado ao colapso das civilizações.
As
descobertas estão de acordo com evidências arqueológicas encontradas na região,
como hieróglifos e textos em escrita cuneiforme (um dos tipos de escrita mais
antigos que já existiram, criado pelos sumérios) que descrevem a fome e as
ondas de invasão, no mesmo período em que teria ocorrido a seca descrita no
estudo.”
Título original: Environmental Roots of the Late Bronze Age Crisis
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