Entrevista com a
enfermeira chefe Josélia Maria Silva formada pela Escola de Enfermagem da UFMG
BH, da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Belo. Data: 05/02/2013.
GM: A AIDS
ainda é uma doença cercada de preconceito, não se fala “eu tenho AIDS “
assim como “eu tenho diabetes”.Podemos fazer um paralelo histórico entre a
Hanseníase e a AIDS ?
Josélia: Sim podemos fazer
este paralelo. O estigma acompanha as duas doenças. A Hanseníase talvez seja a
doença mais antiga da humanidade. Mesmo com toda evolução em relação a
diagnóstico, tratamento e cura, ainda hoje é uma das doenças mais temidas pela
humanidade devido ao estigma que carrega. A AIDS também carrega este estigma
desde seu surgimento. No Brasil, quando surgiu em 1983, o número de casos e
mortes foi alarmante. Houve temor pela população quando a AIDS deixou de ser a
doença dos homossexuais, pelo surgimento de novos casos entre mulheres e homens
heterossexuais.
GM: Hoje apesar da Liberdade
e avanço tecnológico de que goza a nossa sociedade contemporânea, qual o alerta
para cada faixa etária e opção sexual (Hetero e Homo) abaixo relacionados, em
relação á AIDS e as DSTS:
Josélia: -Os jovens não
usuários de drogas:
-Os jovens usuários:
-Os adultos casados
ou com parceiros fixos, que se sentem “seguros”:
-Os idosos:
-População carcerária:
Para todas as pessoas
sexualmente ativas o alerta é para o uso do preservativo em toda a relação
sexual, independente do parceiro ser casual ou não. Para usuários de droga, o
não compartilhamento de seringas e agulhas diminui o risco. A vulnerabilidade é
que faz com que o risco aumente em relação a AIDS.
GM: Com todas as
informações que temos atualmente, já podemos falar que em nossa região
existe um controle da doença?
Josélia: Não temos o controle
desta doença na nossa região nem no Brasil. Dados do Ministério da Saúde –
DST/AIDS apontam que no período de 1980 a 2012 foram diagnosticados 46 casos de
AIDS em Campo Belo MG, 20 do sexo feminino e 26 do sexo masculino, sendo que a
faixa etária de 40 a 49 anos a que teve maior número de casos diagnosticados
neste período.
GM: E a situação das
pessoas que são soropositivas em relação á maternidade e paternidade? Quais os
cuidados em relação ás crianças?
Josélia: O exame para diagnóstico
de HIV é feito durante a gestação, através da sorologia. Se houver diagnóstico
materno é importante incentivar a gestante a compartilhar com o parceiro seu
status sorológico para o HIV e encorajá-lo a realizar o teste anti-Hiv.
Gestante com HIV positivo realizam a profilaxia antirretroviral combinada
durante a gestação até o nascimento e o clampeamento do cordão umbilical. O
parto deve ser através da cesareana com agendamento para a 38ª semana de
gestação. Toda mãe soropositiva deverá ser orientada a não amamentar porque há
risco de transmissão do HIV pelo aleitamento materno. O Recém-nascido (RN)
recebe a primeira dose do antirretroviral (AZ) solução oral, ainda na sala do
parto, logo após os cuidados imediatos, ou nas 2 horas após o nascimento. O RN deverá
ser acompanhado através do serviço de infectologia para seguimento de crianças
expostas ao HIV até 30 dias após o parto.
GM: É muito importante
fazer o teste de HIV/AIDS. Qual a
recomendação que a Secretaria de Saúde local, deixa á população de nossa cidade?
Josélia: Em Campo Belo é
disponibilizada a sorologia para HIV em todas as Unidades Básicas de Saúde do
Programa Saúde da Família e o Centro Viva Vida para toda a população que queira
fazer o exame, mediante um aconselhamento antes e após o teste.
A Campanha de
prevenção às DST/AIDS do Ministério da saúde para o Carnaval de 2013 tem o
enfoque “A VIDA É MELHOR SEM AIDS. PROTEJA-SE. USE SEMPRE CAMISINHA”. A
Campanha pretende chamar a atenção para a diferença que faz o uso do preservativo
na hora da relação.
A Secretaria
Municipal de Saúde de Campo Belo realizara uma campanha no dia 08 de fevereiro,
sexta-feira nos sinais de transito da Pça. Cônego Ulisses e da Rua Dom Pedro II
e nas Unidades de Saúde será distribuído preservativos masculinos para a
população.
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